O Net Zero tem sido incorporado às principais metas climáticas de governos ao redor do mundo. O conceito passou a orientar compromissos nacionais, políticas públicas e decisões estratégicas em setores que vão da energia à indústria. E, com isso, entrou também no radar das empresas, que estão cada vez mais direcionadas a assumir ações para redução de emissões e apresentar resultados concretos.

Mas o que realmente significa ser Net Zero e por que essa ideia se tornou tão relevante?

O que é Net Zero?

O termo, que veio do inglês, começou a ganhar força no início dos anos 2000, mas se consolidou globalmente em 2015, com o Acordo de Paris. Assinado por mais de 190 países, ele estabeleceu como objetivo limitar o aumento da temperatura global a no máximo 1,5 °C. E para que isso seja possível, é necessário alcançar o Net Zero em escala global até 2050.

Ser Net Zero significa equilibrar as contas climáticas: tudo o que é emitido de gases de efeito estufa (GEE) – como o CO₂ – precisa ser compensado ou removido da atmosfera. Ou seja, ainda pode haver emissão, desde que ela seja anulada por ações que reduzam ou capturem essa mesma quantidade de carbono.

Se uma empresa emite 100 toneladas de CO₂ e consegue remover ou compensar essas mesmas 100 toneladas, ela alcança o Net Zero, por exemplo.

Net Zero X Carbono neutro: qual é a diferença?

Apesar de muitas vezes usados como sinônimos, Net Zero e Carbono neutro têm significados diferentes, especialmente em relação ao alcance das emissões e à forma como os resultados são alcançados.

A neutralidade de carbono se refere apenas ao dióxido de carbono (CO₂), o principal gás de efeito estufa. Nesse caso, o foco está em medir quanto CO₂ está sendo emitido e compensar essa quantidade por meio de ações como reflorestamento, créditos de carbono ou investimentos em energia limpa. É uma abordagem mais flexível e que pode ser aplicada a atividades pontuais, como eventos, produtos ou campanhas específicas.

O Net Zero, por outro lado, é mais abrangente. Envolve todos os gases de efeito estufa, como metano (CH₄) e óxidos de nitrogênio (NOₓ), e exige que a empresa ou organização reduza suas emissões de forma significativa, em vez de apenas compensá-las. A compensação entra apenas no final do processo, para equilibrar emissões que são realmente inevitáveis.

Outra diferença importante está no prazo e no compromisso. O Carbono neutro pode ser atingido rapidamente por meio de compensações. Já o Net Zero é uma meta de longo prazo, que demanda uma transformação mais profunda: mudanças em processos, produtos, cadeias de suprimentos e fontes de energia.

Como as emissões são medidas?

Para planejar qualquer ação de redução ou compensação, o primeiro passo é saber quanto se está emitindo e de onde essas emissões vêm.

A principal ferramenta usada globalmente para medir emissões é o GHG Protocol (Greenhouse Gas Protocol), que ajuda empresas a identificar todas as fontes de emissão na sua cadeia de valor.

A partir disso, é possível criar um inventário e definir metas de redução e compensação, com base em três escopos:

• Escopo 1: emissões diretas (ex: veículos próprios, processos industriais);
• Escopo 2: emissões indiretas ligadas ao consumo de energia elétrica;
• Escopo 3: emissões indiretas de toda a cadeia (fornecedores, logística, uso dos produtos etc).

Por que isso importa para as empresas?

Segundo a pesquisa Consumer Pulse, da consultoria Bain & Company, 78% da população brasileira afirma estar mais atenta aos impactos das mudanças climáticas, e mais da metade já deixou de consumir marcas que não demonstram compromisso com questões ambientais.

Esse cenário pode ser um ponto de atenção, mas também uma oportunidade. Empresas que adotam metas de redução de emissões e demonstram ações com foco em sustentabilidade tendem a se conectar melhor com o seu público, a atrair investidores e a se posicionar diante de novas exigências da sociedade.

Assumir o compromisso com o Net Zero é uma forma clara de atender a essa demanda. Significa revisar processos, reduzir emissões de forma concreta e trabalhar com metas de longo prazo, alinhadas às diretrizes internacionais. Além de responder às expectativas do mercado, essa é uma contribuição direta para os esforços globais de limitar o aquecimento do planeta e garantir mais estabilidade no futuro.

Como empresas podem chegar ao Net Zero?

Alcançar o Net Zero é um processo que exige planejamento, mudanças estruturais e compromisso de longo prazo. Cada setor tem suas particularidades, mas o ponto de partida é o mesmo: entender onde estão as emissões e o que pode ser feito, na prática, para reduzi-las.

A ClimatePartner, que ajuda empresas a reduzir emissões de carbono, recomenda cinco passos:

1. Medir a pegada de carbono corporativa
   Importante para que as empresas conheçam as emissões de carbono resultantes de suas atividades comerciais.
    
2. Medir a pegada de carbono de produto
   Considerar todo o ciclo de vida de um produto, desde as matérias-primas e a fabricação até o transporte e o descarte final.
    
3. Criar uma estratégia de redução de carbono
   Adotar energias renováveis, usar matérias-primas alternativas ou até mesmo o subsídio dos custos de transporte público para seus funcionários.
    
4. Compensar as emissões de carbono
   As emissões residuais que não podem ser evitadas devem ser compensadas por meio de projetos que sigam as normas reconhecidas, como o Gold Standard ou o Verified Carbon Standard.
    
5. Comunicar
   Comunicar metas e estratégias de ação climática aos clientes e às partes interessadas.

Net Zero e a Neoenergia

Comprometida com a transição energética e o combate às mudanças climáticas, a Neoenergia tem avançado em projetos e metas alinhadas ao Net Zero, com foco em:

Fontes renováveis e descarbonização

A expansão das fontes renováveis é um dos pilares da estratégia da Neoenergia para reduzir emissões e impulsionar a transição energética. A empresa investe em soluções que tornem a matriz elétrica cada vez mais limpa.

Ações de Eficiência Energética

Por meio de programas regulados e iniciativas próprias, a Neoenergia promove ações de eficiência energética em diversos setores da sociedade. Isso inclui a modernização de equipamentos, o incentivo ao consumo consciente e projetos voltados à economia de energia em comunidades, escolas e instituições públicas.

Mobilidade sustentável

A Neoenergia investe em soluções de mobilidade elétrica como parte de sua estratégia de descarbonização, com a adoção de ações e iniciativas alinhadas ao propósito da companhia.