Treinadoras de Futebol Feminino: quem são as mulheres que comandam as quatro linhas?

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No Dia Nacional do Treinador de Futebol, vamos conhecer quem são e como jogam as principais treinadoras de futebol do Brasil e do mundo


Que o ambiente do futebol é majoritariament​​e masculino, não é novidade para ninguém e os números comprovam isso. Ainda que dentro de campo as jogadoras ganhem espaço ano após ano, números da Copa do Mundo, Brasileirão e outros campeonatos revelam ainda muitas dificuldades para as mulheres nos postos de comando.


No Dia Nacional do Treinador de Futebol, voltamos os olhos para uma realidade que está mudando e tende a se intensificar: nos últimos anos, treinadoras mulheres têm ganhado espaço e vão se tornando sinônimo de sucesso com trabalhos notáveis e títulos em todas as categorias.​



Treinadoras de futebol no Brasil e no mundo

Na premiação de​ melhores treinadores de futebol feminino, as mulheres nunca foram maioria. O prêmio dado pela Fifa, desde 2010, indica os 10 melhores profissionais e sempre houve mais nomes masculinos na lista. Mesmo sendo minoria nas indicações, nas últimas nove edições do prêmio, as mulheres ganharam seis. A alemã Silvia Neid é a última eleita por três vezes melhor do mundo, em 2010, 2013 e 2016.

As treinadoras são minoria no Campeonato Brasileiro e também nas seleções que se classificaram para a Copa do Mundo da França, de 2019. Mas, mesmo em número reduzido, mulheres no comando são sinônimo de sucesso no futebol feminino. Das equipes que estão no Top 10 do ranking da Fifa, metade tem uma treinadora.


Antes da atual treinadora, a sueca Pia Sundhage, a seleção brasileira teve uma única treinadora: Emily Lima, entre 2016 e 2017. Após três décadas de comando masculino, Emily ficou 10 meses com a equipe antes de ser substituída por Vadão.​



Campeonato Brasileiro 

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Segundo levantamento feito pelo jornal Folha de São Paulo, em 2019, apenas 8 dos 52 times que disputaram a competição nacional daquele ano, 16 na série A, equivalente à elite da modalidade, e 36 na série B, correspondente à segunda divisão, tinham uma mulher como treinadora, ou seja, 15,4%.

O número era um pouco maior do que na temporada anterior, quando 41 equipes participaram do torneio desde a fase preliminar. Na oportunidade, seis mulheres estavam na função na primeira rodada, cerca de 14,3%, segundo as súmulas da CBF (Confederação Brasileira de Futebol). ​

No entanto, a tendência é o número de técnicas mulheres aumentar, em razão da exigência da CBF e da Conmebol (Confederação Sul-Americana de Futebol) aos clubes de criarem times femininos. O Profut (Programa de Modernização da Gestão e de Responsabilidade) vem oferecendo mais apoio à modalidade.​​

Quem são e em que times estão as treinadoras brasileiras?

No Campeonato Brasileiro de 2020, na série A, dos 10 clubes da elite, dois foram dirigidos por mulheres.

Tatiele Silveira, na Ferroviária, na época a campeã nacional, e Patrícia Gusmão, no Grêmio. No ano anterior, o cenário não era diferente, com duas treinadoras: Emily Lima (Santos) e a mesma Tatiele no time de Araraquara.​​​​​​​​​​​​​​​






Novas treinadoras no país

Para mudar essa realidade e ajudar a inserir cada vez mais a mulher na função de treinadora, a CBF lançou, em 2020, a Escola de Futebol Feminino, promovendo o curso Características do Treinamento no Futebol Feminino do Brasil.

Com aulas on-line, a atividade teve 130 inscritos em sua primeira turma e, entre os alunos, nomes como Tamires e Érika, atletas do Corinthians, e Daniela Alves, ex-jogadora da seleção brasileira e atual técnica do Corinthians sub-17.

A iniciativa busca que o futebol seja mais paritário, que inclua a todos e ajude a desenvolver o esporte também para mulheres. A introdução ao universo da gestão e do treinamento estão entre os objetivos da Escola de Futebol Feminino, e a CBF entende que o local servirá ainda como caminho para executar projetos para a modalidade dentro da CBF Academy, com cursos, debates, workshops e centros de estudo exclusivos.

A entidade deseja o desenvolvimento de profissionais que buscam ingressar no futebol feminino e com isso, segundo a Confederação, promover uma mudança de realidade. O novo processo é mais acessível para quem não têm recursos financeiros suficientes para o começo do novo caminho. Entre os professores desse primeiro curso, está a técnica da Seleção Brasileira, Pia Sundhage.

O Diretor da CBF Academy, Marco Dalpozzo ressalta a importância da participação da treinadora sueca. "A Pia acredita profundamente nessa profissionalização e com isso qualidade em campo. Ela se dedica muito e é nossa grande parceira. Ela e outras auxiliares que trabalham conosco são extremamente motivadas e nos dão conteúdo para desenvolver as aulas e toda a parte pedagógica. Temos os melhores professores e especialistas voltados para a área do feminino. Temos o privilégio de colocar junto a nata disponível para construirmos nossos programas."​

O aperfeiçoamento das mulheres para seguirem a carreira no futebol é defendido pela atacante Marta, eleita seis vezes a melhor jogadora do mundo.

"Eu sinto que as treinadoras de outros países têm interesse maior em estudar, em se aprimorar. Existem cursos para homens e mulheres no Brasil, porém ainda vemos que poucas estão fazendo. Queremos que outras mulheres se interessem em fazer. Você não pode ser treinadora porque foi ex-atleta. Elas precisam fazer o curso, ter a licença."

 

Treinadoras no cenário internacional

O panorama internacional não é o mesmo. Na Copa do Mundo de 2019, apenas 9 das 24 seleções eram comandada​s por mulheres. Apesar disso, cinco delas passaram às oitavas de final.​ Entre as quatro seleções semifinalistas, três eram comandadas por mulheres: as duas finalistas, Holanda e Estados Unidos, além da França.​ A seleção brasileira contratou uma mulher, a sueca Pia Sundhage, após o torneio.

No Prêmio Fifa de melhor treinador(a) de futebol feminino no mundo, seis mulheres e três homens já ficaram no Top 3 desde 2016, ano em que a premiação teve início. O sucesso das equipes comandadas por mulheres pelo mundo reflete a profissionalização do futebol feminino nesses países. Onde a modalidade é mais consolidada e profissionalizada, há mais espaço para as treinadoras mulheres.​

Uma sueca no comando da Seleção Brasileira

 

A técnica da Seleção Brasileira Feminina, a sueca Pia Sundhage, cresceu em uma época em que não era aceito pela sociedade que uma mulher tivesse o desejo de se tornar jogadora de futebol. Por isso, ela precisou fingir-se de menino para jogar um campeonato quando criança. Aos 17 anos, Pia começou sua trajetória como jogadora profissional e atuou como atacante no futebol sueco, conquistando a marca de 144 jogos e 71 gols pela seleção da Suécia. Em 1996, encerrou a carreira como jogadora após disputar a primeira edição dos Jogos Olímpicos da história do futebol feminino.

Como treinadora, Pia possui dois ouros olímpicos no comando da Seleção dos Estados Unidos (2008, Pequim e 2012, Londres) e uma medalha de prata à frente da Seleção da Suécia nas Olimpíadas Rio 2016. Além disso, foi eleita a melhor treinadora de futebol feminino pela Fifa em 2012.

Em julho de 2019, foi convidada para assumir a Seleção Brasileira após a eliminação na Copa do Mundo, realizada na França. A treinadora é apenas a segunda mulher a comandar a seleção feminina do Brasil, e a primeira estrangeira no cargo. A sua principal meta é conquistar o inédito ouro olímpico para o país.

Em 2019, a seleção feminina se encontrava em 10º lugar no ranking mundial da Fifa. Dois anos depois, a seleção subiu três posições, alcançando o 7º lugar no ranking. No mesmo ranking, a seleção dos Estados Unidos é a 1ª colocada e a seleção da Suécia é a 5ª, ambas já estiveram sob o comando de Pia Sundhage. Até junho de 2021, a treinadora tinha completado 18 jogos à frente da seleção brasileira, sendo 11 vitórias, 5 empates e apenas 2 derrotas.​

Igualdade em Todos os Campos

A independência financeira é uma das principais formas de empoderamento das mulheres e, por isso, promover a igualdade no acesso ao mercado d​e trabalho é essencial. A Neoenergia integra o grupo espanhol Iberdrola e, juntas, as empresas desenvolvem um projeto que impulsiona a participação das mulheres no esporte. Atualmente, mais de 330 mil atletas são subsidiados no mundo. 

“Acreditamos na igualdade em todos os campos e compartilhamos com essas jogadoras os mesmos valores como esforço, superação, profissionalismo, trabalho em equipe. Essas esportistas são o espelho em que miram muitos homens e mulheres, são exemplos para tantas outras que veem no esporte uma janela de oportunidades de mudança social. Além de ser um direito primordial, a igualdade também é um dos fundamentos essenciais para construir um mundo mais próspero para todos”, afirmou o superintendente de Comunicação da Neoenergia, Marcus de Barros Pinto. ​

Em 2021, a Neoenergia se tornou a primeira companhia no país a apoiar exclusivamente a Seleção Brasileira e a competição nacional de clubes. Com contrato válido pelos próximos quatro anos, o objetivo do patrocinador tem muita sinergia com o que o esporte feminino deseja há alguns anos: ampliar a participação da mulher no contexto social e profissional, aliado com a equidade de gênero e oferecendo melhores oportunidades para as atletas.