A expansão da oferta de energia elétrica no país tem
um novo protagonista: a micro e minigeração distribuída, ou seja, a produção de
energia em plantas de até 5 MW, como acontece nas residências que possuem
painéis fotovoltaicos. Com o objetivo de gerenciar com qualidade e segurança o
volume crescente desse modelo de geração, a Neoenergia investe na digitalização
de suas redes por meio do Projeto Energia do Futuro, realizado na região de
Atibaia, em São Paulo. A companhia criou uma estratégia de ampliação da geração
solar residencial na região a partir de iniciativas do Programa de Eficiência
Energética, regulado pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).
A geração distribuída demanda mais controle e gestão
da rede, já que provoca uma mudança no fluxo do fornecimento. A distribuidora
passa a não apenas entregar a energia aos clientes, mas também receber a
produção de cada unidade consumidora, agora em uma relação bidirecional. Em
Atibaia, segundo a Aneel, a potência instalada total é de 3,1 MW. Há na cidade
648 instalações desde 2015, sendo 216 este ano (30% a mais do total).
No âmbito do Programa de Eficiência Energética, a
Elektro – concessionária da Neoenergia na região de Atibaia – doou 190 sistemas
de microgeração a consumidores de baixa renda do município. Além desses, foram
instalados, até novembro de 2020, 54 sistemas em clientes residenciais que não
estão nessa classificação, que receberam 50% de desconto na compra dos
equipamentos. Juntos, esses sistemas têm capacidade instalada de 582kWp e geram
816 MWh/ano. Ao longo de 2021, edificações públicas da região serão
beneficiadas pela iniciativa.
“Com o Projeto Energia do Futuro, Atibaia se
transformou em um modelo nacional do que podemos esperar para o fornecimento do
serviço nos próximos anos. A demanda por geração distribuída é crescente no
mundo inteiro e, com ela, os consumidores tornam-se também produtores da
energia, o que provoca uma necessidade ainda maior por controle e digitalização
das redes. Toda a tecnologia que estamos implantando na cidade, como sistemas
de automação avançados e medidores inteligentes, são inovações que podem ser
levadas para toda a nossa área de concessão e trazem benefícios para todos os
clientes e sociedade, como o aumento da qualidade do serviço e o consumo consciente”,
diz o superintendente de Smart Grids da Neoenergia, Heron Fontana.
EXPANSÃO DE GERAÇÃO DISTRIBUÍDA NO PAÍS
A geração solar distribuída no país – incluindo
residencial e empresarial – cresceu 1,4 GW em 2019, uma expansão maior do que
todas as fontes centralizadas, com exceção das hidrelétricas, de acordo com a
Empresa de Pesquisa Energética (EPE). Em seu Plano Decenal, a EPE estima que em
2030 a capacidade instalada de geração distribuída pode ficar entre 16,8 GW e
24,5 GW, enquanto hoje é de 4,2 GW. Desse total, 93% são de fonte fotovoltaica.
O número de consumidores deve ser entre 2 e 3 milhões.
A instalação de painéis solares residenciais é um
investimento que tem benefícios como a economia na conta de luz e a valorização
do imóvel. No modelo atual, a energia gerada e compensada em créditos na conta.
Por meio da Neoenergia Soluções, a companhia oferece o serviço nos cinco
estados onde possui áreas de concessão – Coelba (Bahia), Celpe (Pernambuco),
Cosern (Rio Grande do Norte) e Elektro (São Paulo e Mato Grosso do Sul). Além
disso, a energia solar é uma fonte renovável e limpa, que contribui para o
combate às mudanças climáticas por não emitir gases do efeito estufa.
PROJETO ENERGIA DO FUTURO
Iniciado em 2018, o Projeto
Energia do Futuro tem como objetivo modernizar a rede de distribuição de
energia elétrica. Foram instalados, além de sensores e religadores, 75 mil
medidores inteligentes, equipamentos que permitem a leitura bidirecional do
fluxo de energia – devido à geração distribuída, a energia não é mais só
entregue ao consumidor, mas também recebida pela rede. Esses equipamentos
permitem também a comunicação direta entre a unidade consumidora e a Elektro,
possibilitando a detecção de interrupções e o restabelecimento no fornecimento
de forma automatizada. A Neoenergia instalou, através do projeto, a primeira
rede celular 4G privada operada por uma empresa do setor elétrico na América
Latina, para garantir a conectividade dos modernos equipamentos.