Dia da Mulher, a energia feminina quebrando barreiras

     
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Dia Internacional da MulherO Dia Internacional da Mulher, comemorado em 8 de março, foi criado oficialmente pela ONU em 1975. Anualmente, a data é celebrada em mais de 100 países e frisa a importância da mulher na sociedade e a história da luta pelos seus direitos.

Não há unanimidade quanto à origem do dia da mulher. Alguns associam o surgimento da data com a greve das mulheres que trabalhavam, em Nova York, na Triangle Shirtwaist Company e ao incêndio que ocorreu ali em 1911. 

Já outros, indicam que ela surgiu na Revolução Russa de 1917, marcada por diversas manifestações e reivindicações por parte das mulheres operárias. No dia 8 de março de 1917, cerca de 90 mil operárias russas percorreram as ruas reivindicando melhores condições de vida e de trabalho e se manifestaram contra as ações do regime vigente. Esse evento ficou conhecido como "Pão e Paz". Isso porque as manifestantes lutavam contra a fome e a Primeira Guerra Mundial (1914/1918).

Ainda que existam diferentes versões sobre a origem da data, as manifestações da época tinham o objetivo de alertar sobre o estado insalubre de trabalho a que as mulheres estavam sujeitas, além das longas jornadas e os baixos salários que recebiam. Portanto, a luta dessas operárias focava na busca de melhores condições de vida e de trabalho, além do direito ao voto. Diante disso, a criação de um dia dedicado à luta das mulheres foi sendo delineada por protestos que ocorreram simultaneamente nos Estados Unidos e em diversas cidades da Europa no final do século 19 e início do século 20.

Em 1910, Clara Zetkin, do Partido Comunista Alemão, propôs a criação de um dia dedicado às mulheres, durante a "Conferência Internacional de Mulheres Socialistas", realizada na Dinamarca. Entretanto, a data só foi definitivamente instituída pela ONU em 1975, em homenagem à luta e às conquistas das mulheres.

A Luta das Mulheres Brasileiras pelo Direito ao Voto

Nas primeiras décadas do século 20, o grande tema político no Brasil foi a reivindicação do direito ao voto feminino. Berta Lutz, a grande líder sufragista brasileira, aglutinou um grupo de mulheres da burguesia para divulgar a demanda. Ousadas, espalharam de avião panfletos sobre o Rio de Janeiro, pedindo o voto feminino, no início dos anos 20!

Pressionaram deputados federais e senadores e, posteriormente, o Presidente Getúlio Vargas. Afinal, o voto feminino foi concedido em 1933 por ele e garantido na Constituição de 1934. Mas, só veio a ser posto em prática com a queda da ditadura getulista e as mulheres brasileiras votaram pela primeira vez em 1945. Conquistas do Feminismo no Brasil

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O Feminismo no Brasil e no Mundo

A luta das mulheres por reconhecimento e igualdade ganhou grande impulso a partir da segunda metade do século 20. Uma contribuição fundamental foi a publicação em 1949, do livro "O Segundo Sexo" da filósofa francesa Simone de Beauvoir (1908 /1986), uma densa pesquisa sobre a condição feminina em diferentes momentos históricos. Ela introduziu a ideia de que ser mulher não é uma determinação do sexo biológico, mas uma construção social, expressa na famosa frase "não se nasce mulher, torna-se". Nessa construção estaria a base da opressão das mulheres. 


A chegada da pílula anticoncepcional ao mercado nos anos 1960 desempenhou um papel determinante para a ampliação da liberdade sexual e para o planejamento familiar de mulheres casadas.

Nos Estados Unidos, o episódio da "queima dos sutiãs" que ficou associado (muitas vezes com uma carga estereotipada e antifeminista) às militantes, por décadas, ocorreu nessa época. O contexto foi o de um protesto realizado pelo movimento  de libertação das mulheres em 1968 contra o concurso de beleza Miss América. O evento se tornou um marco histórico na luta feminista.

No Brasil, assim como em outros países da América Latina, a mobilização das mulheres contra o machismo nas décadas de 1960 e 1970 tinha um pano de fundo específico: a ditadura militar (1964/1985). Entre as muitas publicações da imprensa alternativa da época, houve também importantes periódicos feministas como "Nosotras", "Mulherio" e "Brasil Mulher".

Além disso, mesmo em um contexto de repressão, grupos feministas se formaram em cidades como Rio de Janeiro e São Paulo e, também, no exílio, em países como Estados Unidos, Chile e França. Sua atuação, porém, era vista com hostilidade por setores da esquerda, que consideravam secundárias as pautas feministas relacionadas, por exemplo, à sexualidade, e à autonomia das mulheres sobre o próprio corpo. Na visão desses setores, a redemocratização, a anistia e as diferenças de classe deveriam ter prioridade e o feminismo estaria "desviando" seu foco.

Na última década, com protestos nas ruas, campanhas nas redes sociais, novos coletivos organizados por mulheres jovens e uma proliferação de sites e blogs feministas a partir de 2010, muitos têm anunciado a chegada de uma nova onda feminista. Essa movimentação tornou o feminismo mais abrangente e tem tido impacto na cultura, nas relações sociais, nas instituições e na política institucional. As hashtags se tornaram uma importante ferramenta de mobilização feminista, permitindo que mulheres de todo o mundo  manisfestem sua indignação e se sintam respaldadas pelos relatos de outras, passando a também expor publicamente suas experiências ligadas ao machismo.

No Brasil, campanhas como #chegadefiufiu, lançada em 2013, contra o assédio sexual em espaços públicos, #meuprimeiroassédio e #meuamigosecreto, ambas de 2015, trouxeram à tona a onipresença velada do assédio na vida das mulheres. Também em 2015, as brasileiras foram às ruas em várias cidades brasileiras em um movimento que ficou conhecido com o "Primavera Feminista".

Em 2017, as americanas reagiram à  eleição de  Donald Trump com uma manifestação histórica contra o presidente em várias cidades. A  maior delas, na capital Washington, tinha quase 500 mil pessoas. Elas se posicionavam contra condutas misóginas de Trump e os retrocessos que seu governo poderia trazer para os direitos das mulheres, por exemplo, suspendendo o direito ao aborto legal. 

No fim do mesmo ano, a explosão de um escândalo envolvendo alegações de abuso sexual cometidas sistematicamente ao longo de anos contra mulheres pelo produtor de Hollywood Harvey Weinstein deflagrou o movento #MeToo (eu também). Acusações contra homens poderosos se multiplicaram em diferentes áreas e países.

Às vésperas das eleições brasileiras de 2018, mulheres lideraram grandes protestos em diversas cidades brasileiras contra o então candidato Jair Bolsonaro, manifestando também sua oposição nas redes sociais por meio da hashtag #elenão. Os atos foram considerados como a maior manifestação de mulheres na história do Brasil.

Curiosidades - Dia da Mulher

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Mercado de Trabalho

Após anos de lutas, o papel da mulher na sociedade sofreu importantes alterações, em especial em relação ao mercado de trabalho. Assim, hoje elas ocupam cargos  de liderança; começam seu próprio negócio; são reconhecidas por seus resultados; conciliam carreira profissional e maternidade; são cientistas, médicas, deputadas, engenheiras.

Essa realidade atual, porém, é fruto de um longo processo. Somente com a consolidação das leis trabalhistas de 1943 é que as brasileiras puderam trabalhar fora sem a autorização do marido. Isso também as possibilitou conquistar o direito à licença maternidade.

No mundo, conquistas relevantes também foram registradas no âmbito do trabalho. A licença-maternidade remunerada virou lei em muitos países, junto com a adoção de mecanismos legais que buscam impedir a demissão durante ou logo após a gravidez, tendo sido concedida em caráter pioneiro na Alemanha do fim do século 19.

Muito foi conquistado, mas ainda existem muitos espaços em que as mulheres não são devidamente respeitadas ou não possuem os mesmos direitos de igualdade que os homens.

A Neoenergia é premiada pela ONU

A Escola de Eletricistas da Neoenergia, que mantém turmas exclusivas para mulheres, foi reconhecida pela Organização das Nações Unidas. Um estudo de caso sobre a iniciativa foi publicado pelo We Empower, programa da ONU Mulheres junto à Organização Internacional do Trabalho e à União Europeia para estimular boas práticas das empresas.

O documento aponta o projeto da companhia brasileira como exemplo. Ao todo, a Escola de Eletricistas exclusivamente para mulheres tem 200 alunas na Bahia, área de concessão da Coelba, e, em Pernambuco, onde a distribuidora do grupo é a Celpe.

O projeto foi criado em agosto de 2019, após a empresa perceber que as turmas mistas não tinham adesão suficiente de mulheres e buscava, assim, aumentar a participação delas. O objetivo é estimular a diversidade e igualdade de gênero e desmistificar a ideia de que as concessionárias de energia são um ambiente de trabalho predominantemente masculino. Quando contratadas, essas mulheres têm os mesmos salários e benefícios que os homens. ​Somos a Energia do Futuro

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