Componentes dos aerogeradores que formarão o Complexo Eólico Chafariz chegam a percorrer mais de mil quilômetros de estradas em esquema rodoviário especial ​ 

A Neoenergia iniciou a montagem dos primeiros aerogeradores que vão formar o Complexo Eólico Chafariz, no Sertão da Paraíba. O trabalho é um dos últimos estágios de implantação dos novos parques e foi iniciado após a chegada das pás e naceles, componentes que ficam no topo das torres para abrigar equipamentos como, por exemplo, o gerador. Essas são as maiores e mais pesadas partes das turbinas – as pás medem 64,5 metros e pesam 21 toneladas, enquanto as naceles têm 13 metros de comprimento e 70 toneladas – e percorreram mais de mil quilômetros por rodovias de quatro estados: Bahia, Pernambuco, Ceará e Paraíba. Devido ao seu tamanho, a operação de transporte é um verdadeiro desafio logístico, com 24 meses de preparação, entre estudos de viabilidade e autorização de órgãos estaduais e federais. 

“O Complexo Eólico Chafariz é um projeto estratégico para expandir a nossa geração de energia limpa. Avançamos para os meses finais de construção, com a montagem dos aerogeradores após superar esse importante desafio de transporte das primeiras naceles e pás. Contamos com um trabalho minucioso dos nossos colaboradores e parceiros no projeto para realizar todo o percurso cumprindo todos os protocolos de segurança”, afirma o gerente de Construção de Renováveis da Neoenergia, William Carneiro. 

As naceles foram as primeiras a chegar ao município de Santa Luzia, na Paraíba, onde está localizado o novo complexo eólico. Fabricadas pela Siemens Gamesa no Polo Industrial de Camaçari (BA), elas são levadas em carretas que medem 18 metros. Para colocar em prática essa operação, foi necessário realizar um estudo de viabilidade geométrica das rodovias entre a Bahia e a Paraíba, etapa que levou seis meses e analisou as características das dez estradas por onde os veículos passaram. 

A avaliação foi apresentada aos órgãos responsáveis – Departamento de Estradas de Rodagem (DER) nos estados e Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) em âmbito federal – para que fosse concedida a Autorização Especial de Trânsito (AET). “O percurso mais rápido seria de cerca de 830 quilômetros, em carros de passeio, mas, por causa do tamanho e do peso das carretas, foi necessário seguir outro caminho, que tem mais de mil quilômetros. São cerca de 16 horas de viagem, em três dias. O transporte das 136 naceles foi iniciado em fevereiro e deve ser concluído até dezembro de 2021”, explica William. 

As pás são fabricadas em Ipojuca (PE). O percurso em carros comuns entre a cidade no litoral pernambucano e Santa Luzia seria de cerca de 340 quilômetros em seis horas. No entanto, transportando componentes dessa magnitude em um esquema especial, a viagem dura aproximadamente três dias. Por segurança, a velocidade máxima permitida é de 50 km/h. Para levar as pás, além do estudo e das autorizações dos órgãos de trânsito, é necessário transitar com escoltas em alguns trechos das estradas, com o objetivo de evitar acidentes. As primeiras pás foram entregues em março e o transporte das 408 deve ser finalizado até dezembro de 2021. 

Além do planejamento especial para o transporte pelas rodovias, a Neoenergia precisou realizar melhorias nos acessos à região dos parques e a construção de 116 quilômetros de estradas. Esses serviços beneficiam a população local tanto com melhores condições viárias quanto com a geração de emprego e renda durante as obras. 

O Complexo Eólico Chafariz deve entrar em operação em 2022, com capacidade instalada de 471,2 MW em 15 parques, energia que equivale ao suficiente para abastecer mais de um milhão de pessoas, população de capitais como São Luís (MA) e Maceió (AL). Essa energia limpa pode evitar a emissão de 125,5 mil toneladas de CO2 evitada por ano, o que está alinhado ao compromisso da Neoenergia com a descarbonização e o combate às mudanças climáticas. A construção do empreendimento gerou mais de 1,4 mil empregos diretos. No próximo, com Chafariz e outro complexo eólico em construção no Nordeste, Oitis (PI e BA), a companhia vai somar capacidade instalada em eólica de 1,6 GW, o triplo da potência atual.