Economía Circular, un modelo de producción y consumo sostenible
02/12/2021
2/12/21
Além de reduzir ou evitar resíduos, a economia circular visa economizar energia e contribuir para evitar os danos irreversíveis causados pelas atividades de produção ao meio ambiente.
Governos, sociedade civil e empresas estão com as atenções voltadas para Glasgow, no Reino Unido, onde acontece até o próximo dia 12 de novembro a Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP26). O objetivo é demonstrar a urgência e as oportunidades de avançar para uma economia neutra em carbono, acelerando a ação climática para cumprir o Acordo de Paris.
Na COP26, tem crescido cada vez mais a discussão sobre a economia circular, baseada na utilização consciente dos recursos naturais a partir da otimização dos processos de produção e de consumo. Vamos conhecer um pouco melhor esse conceito?
O que é Economia Circular?
A economia circular é um conceito que trabalha o repensar e redesenhar dos fluxos de consumo e do sistema de produção. Além de reduzir ou evitar resíduos, a economia circular visa economizar energia e contribuir para evitar os danos irreversíveis causados pelas atividades de produção ao meio ambiente, como a poluição do ar, do solo e da água.
Como é a Economia Circular na prática?
A economia circular baseia-se em repensar a forma de desenvolver, produzir e comercializar produtos para garantir o uso e a recuperação inteligente dos recursos naturais do planeta.
"Para mitigar as eventuais consequências ambientais é necessário minimizar a geração de resíduos e favorecer a manutenção dos produtos, materiais e recursos na economia durante o maior espaço de tempo possível. Essas são as bases da denominada economia circular, que busca um novo modelo de produção e consumo de bens e serviços ligado à sustentabilidade."
O estabelecimento desse modelo ocorre em dois ciclos: o biológico e o técnico. O ciclo biológico está na base do consumo e é responsável por recapacitar as matérias-primas utilizadas nas produções de empresas, proporcionando que elas voltem a se integrar ao meio-ambiente após sua utilização. O ciclo técnico, por sua vez, reserva-se para a restauração dos produtos já utilizados, através da reutilização, reparação e reciclagem.
Como posso atuar na economia circular?
Preservar o meio ambiente e contribuir com um modelo econômico circular é um dever a ser assumido por cada um de nós. Por isso, é importante estarmos atentos a nossos hábitos de consumo e buscar maneiras de minimizar o impacto deles.
- Diminuir o consumo de carne e priorizar alimentos orgânicos
As atividades agrícolas e a pecuária extensivasão responsáveis por grande parte do cenário que acarreta um aumento da concentração de carbono na atmosfera, principalmente por conta de sua transformação do uso do solo. Além disso, auxiliam na formação de gases poluentes como o Metano (CH4), que apesar de ser emitido no planeta em menor escala que o dióxido de carbono (CO2), é mais de 20 vezes mais efetivo em intensificar o efeito do aquecimento global.
Reduzir o consumo de carne vermelha é uma forma de apoiar o movimento pela redução das emissões do gás metano. Além disso, a escolha por consumir alimentos orgânicos de produção local, por exemplo, é uma iniciativa que reduz os impactos ao meio ambiente e assegura uma alimentação mais saudável.
Com essas opções sustentáveis, você estará não só ajudando comerciantes menores, mas também contribuindo para a saúde do seu corpo e do planeta.
- Redução do Lixo
O Brasil é o 4º maior produtor de lixo plástico do mundo, segundo dados da WWF (World Wide Fund for Nature, 2019), com uma produção de 11,3 milhões de toneladas por ano. O país também é um dos que apresenta menor porcentagem de reciclagem, com apenas 1,28% de lixo reciclado.
Para mudarmos esse cenário, precisamos investir no consumo inteligente, optando por produtos que tenham menos descartes, e adotando práticas de reparo, reutilização e reciclagem. Dessa forma, otimizamos nosso prazo de aproveitamento do que consumimos e causamos menos impacto ambiental.
- Mobilidade sustentável
Carros movidos a gasolina liberam, em média, aproximadamente 120g de dióxido de carbono (CO2) por quilômetro percorrido, além de produzirem também metano (MH4), dióxido nitroso (N2O) e material particulado. A liberação desses poluentes não é só prejudicial à saúde das pessoas, como também causam mal ao planeta, potencializando o aquecimento global.
Optar pela mobilidade sustentável, por outro lado, pode ser uma escolha tanto no aspecto ambiental quanto no social e econômico. O uso do transporte público, principalmente trens e metrôs, bicicleta e a carona solidária são maneiras alternativas de se locomover pelo espaço urbano, que farão bem a você e ao planeta.
Atuação da Neoenergia na Economia Circular
Com o objetivo de construir ideias conjuntas, a Neoenergia, o Instituto Brasileiro de Desenvolvimento e Sustentabilidade (IABS) e a Universidad Politécnica de Madrid (UPM) realizaram um debate online centrado no potencial de geração fotovoltaica e demanda energética no Brasil e no mundo. O evento trouxe as projeções de resíduos gerados a partir dos sistemas fotovoltaicos em território nacional e um aprofundamento sobre o tema que vem ganhando cada vez mais relevância.
A preocupação sobre a destinação dos resíduos originados em torno do desenvolvimento desses projetos está em pauta em todo o mundo. Entre 2017 e 2019, o Brasil passou da 26ª para a 16ª posição no ranking mundial de perspectiva de geração de energia fotovoltaica.
“Estamos vendo o crescimento do uso de painéis fotovoltaicos no Brasil e essa tendência deve se manter. Por isso, precisamos discutir desde agora sobre a destinação final desses painéis. O projeto também torna oportuno o debate sobre o destino dos painéis que ficam obsoletos, visto que também poderão ser considerados resíduos se nenhuma outra destinação for pensada para eles”, comenta Adriana Nascentes, especialista da Neoenergia.
Energia Sociocircular
Essa frente de atuação em Energia Sociocircular tem como diretriz os destinos e os usos de resíduos de equipamentos de energia renovável, especialmente placas de energia solar, como reaproveitá-los e como integrar a sociedade e gerar benefícios socioeconômicos adicionais com essa tecnologia.
"Com o grande avanço e crescimento de setor de energia alternativa no Brasil e em especial na geração fotovoltaica, um grande potencial de benefícios se abre, incluindo a possibilidade de mitigar as emissões de gases de efeito estufa e os riscos das mudanças climáticas. Entretanto, este rápido crescimento de demanda e a evolução contínua das tecnologias e equipamentos, geram desafios crescentes relacionados com a reciclagem e reuso dos seus resíduos e componentes obsoletos em um futuro cada vez mais próximo e que podem, por outro lado, gerar diversas oportunidades de receita e inclusão se planejados em um conceito de socioeconomia circular”, destaca Tadeu Assad, diretor-presidente do IABS.
A parceria da Neoenergia com o IABS resultou no estudo "Energia Sociocircular: Uma introdução à cadeira de resíduos fotovoltaicos", que você pode conferir abaixo: