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A História do Futebol Feminino

02/07/21

O futebol feminino no Brasil registra um histórico de crescimento em engajamento de torcedores, patrocínios e interesse da mídia. Para se ter uma ideia, o relatório mais recente de benchmarking da FIFA apontou que o número de ligas femininas com patrocinadores principais aumentou de 11% para 77% após 2021. A expectativa aumenta à medida que competições como a Copa do Mundo e o Brasileirão Feminino Neoenergia batem recordes de torcedores e audiência.

O caminho para essas conquistas não foi curto. É de se espantar que, até 1979, a modalidade era proibida para mulheres. O decreto-lei 3.199, art 54, promulgado pelo presidente Getúlio Vargas, em abril de 1941, impediu que o esporte fosse praticado por mulheres no Brasil. Essa imposição, que durou cerca de 40 anos, impediu que muitas meninas realizassem o sonho de jogar futebol.

 

Primeiras equipes de futebol feminino no Brasil

Os registros históricos apontam que o futebol feminino é praticado no Brasil há pelo menos 100 anos, inclusive durante o período de proibição pelo governo, de forma clandestina. Após a revogação do decreto-lei, as primeiras equipes oficiais apareceram no início da década de 80.

Em 1983, o Esporte Clube Radar, do Rio de Janeiro, criou um dos primeiros times profissionais do futebol feminino do país, que dominou o cenário esportivo nos anos seguintes. Entre 1983 e 1988, o Radar garantiu o hexacampeonato do Campeonato Carioca e da Taça Brasil de Futebol Feminino. Na mesma época, o Saad Esporte Clube também criava uma equipe formada por mulheres, em São Caetano do Sul/SP. As paulistas conquistaram títulos de relevância, como o tricampeonato do Troféu Comitê Olímpico Internacional (entre 1993 e 1995) e a Copa do Brasil (2007).

A partir da década de 90, os tradicionais clubes de futebol masculino passaram a criar equipes femininas. Nesse caso, o pioneirismo ficou com Santos e São Paulo.

 

Principais competições do futebol feminino

Nos últimos 20 anos, houve um movimento para profissionalizar o futebol feminino no Brasil e no Mundo. Uma das principais medidas adotadas foi igualar o calendário das competições, independente do gênero. Desse modo, as mulheres passaram a disputar os mesmos campeonatos, despertando um interesse maior dos torcedores e atraindo investidores.

  • Copa do Mundo Feminina: Desde a década de 70, as associações de futebol feminino passaram a realizar algumas competições na tentativa de criar um campeonato forte de seleções, a exemplo do que já acontecia no masculino. Foram realizados mundialitos e torneios não-oficiais. Somente a partir de 1991, a FIFA passou a organizar a Copa do Mundo Feminina, nos mesmos moldes do futebol masculino: campeonato disputado a cada quatro anos, com 32 seleções classificadas após a disputa de eliminatórias.

    A edição do mundial em 2023 é a nona copa disputada. A equipe dos Estados Unidos é a maior campeã da história, com quatro títulos conquistados (1991, 1999, 2015 e 2019). Na sequência aparece a Alemanha, com dois títulos (2003 e 2007), seguida de Noruega e Japão, com uma conquista cada (1995 e 2011, respectivamente). Os melhores resultados da seleção brasileira feminina foram um terceiro lugar (1999) e um vice-campeonato (2007).

    As sedes da Copa do Mundo se revezaram entre países da América do Norte, Europa e Ásia. Os Estados Unidos abrigaram a competição por duas vezes (1999 e 2013) e o Canadá uma (2015). A China também sediou a copa por duas vezes (1991 e 2007). Na Europa, Alemanha (2011) e França (2019) receberam os jogos uma vez cada. Em 2023, a Copa do Mundo de Futebol Feminino será disputada na Austrália e Nova Zelândia. O Brasil já manifestou interesse e é candidato para sediar a Copa do Mundo de Futebol Feminino em 2027.

  • Libertadores Feminina: Disputada desde 2009, a Copa Conmebol Libertadores Feminina também ganhou projeção e cresceu nos últimos anos. Na primeira edição, o torneio reuniu 10 participantes. A partir de 2019, o número foi ampliado para 16 times, que realizam as partidas em um único país-sede. Neste mesmo ano, a entidade máxima do futebol sul-americano criou uma regra que determina que todos os clubes que quiserem participar da edição masculina da Copa Libertadores da América terão de manter ou se associar a uma equipe de mulheres, como forma de estimular o futebol feminino no continente.

    O Brasil tem amplo domínio na competição. Das 14 edições disputadas, o país teve um representante campeão em 11 oportunidades. Os maiores vencedores são o São José/SP (2011, 2013 e 2014) e o Corinthians (2017*, 2019 e 2021), com três títulos cada. Na sequência aparecem Santos (2009 e 2010) e Ferroviária/SP (2015 e 2020), com duas conquistas. Audax/SP (2017*) e Palmeiras (2022) concluem o ranking das brasileiras campeãs da América. Colo-Colo, do Chile (2012), Limpeño, do Paraguai (2016) e Atlético Huila, da Colômbia (2018), fecham o hall das campeãs.

    * Em 2017, Corinthians e Audax disputaram juntos a competição.

  • Brasileirão Feminino Neoenergia: O Campeonato Brasileiro Feminino foi criado em 2023 pela CBF (Confederação Brasileira de Futebol) com a participação das 20 equipes mais bem classificadas no ranking da entidade. Em 2017, a fórmula foi alterada e se estabeleceu uma primeira divisão da categoria, formada por 16 clubes e uma série A2, também com 16 times. A partir de 2019, com a decisão da Conmebol em obrigar equipes masculinas a manter times femininos em atividade para disputar suas competições, o campeonato passou a contar com a participação de clubes tradicionais do país, atraindo a atenção da torcida e da mídia.

    Em 2021, a Neoenergia celebrou um acordo histórico com a CBF e se tornou a patrocinadora oficial da competição, que passou a se chamar Brasileirão Feminino Neoenergia. A empresa também passou a patrocinar exclusivamente a Seleção Brasileira de Futebol Feminino.

    O Corinthians é o maior vencedor do campeonato, com quatro títulos (2018, 2020, 2021 e 2022). Na sequência vem Ferroviária com dois (2014 e 2019) e Centro Olímpico (2013), Rio Preto (2015), Flamengo (2016) e Santos (2017).

    Além da Série A1, disputada entre fevereiro e setembro, e da Série A2, de abril a julho, o Brasileirão Feminino Neoenergia também engloba a Série A3, de abril a junho.

  • Outras competições: A CBF mantém um calendário anual do futebol feminino, com a realização de diversos campeonatos. A elite do esporte disputa também a Supercopa Feminina, realizada em fevereiro. Os campeonatos estaduais devem acontecer entre os meses de setembro e dezembro. Nas categorias de base, o campeonato sub-20 acontece entre março e junho e o sub-17, em novembro.

    Nos campeonatos de seleções, além da Copa do Mundo, há a Copa América, Jogos Olímpicos, Jogos Pan-Americanos, Jogos Sul-Americanos e outros torneios, além de amistosos.

 

Conheça os principais nomes do futebol feminino do Brasil

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Fomento à equidade de gênero no futebol

O futebol é o esporte que mais movimenta a economia do mundo, gerando receitas bilionárias e mexendo com a paixão de torcedores de todo lugar. O futebol feminino avançou nas últimas décadas com um maior investimento nas mulheres, mas ainda existe um abismo entre os gêneros que deve ser superado.

Os salários pagos na elite do futebol masculino são um exemplo. São valores astronômicos, algo que não acontece entre as mulheres, que muitas vezes precisam complementar a renda com outras atividades para sobreviver. Para se ter uma ideia, em 2023, o salário anual do atacante Cristiano Ronaldo, segundo a Forbes, é de 136 milhões de dólares (R$ 683 milhões), sendo o esportista mais bem pago do planeta. A australiana Carli Lloyd é a jogadora de futebol com melhor salário do mundo, de 518 mil dólares anuais (R$ 2,6 milhões), 260 vezes menos que o craque português.

 

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História da modalidade

1881, ocorreu o primeiro amistoso feminino internacional que se tem notícia: Inglaterra x Escócia, em Edimburgo. O jogo foi interrompido e a modalidade, proibida.

1894, com o futebol ainda proibido para mulheres, um grupo se uniu para fundar o pioneiro British Ladies Football Club.

1917, na final Challenge Cup, 22 mil pessoas assistiram à artilheira Jennie Morgan, que marcou dois gols logo após tirar o vestido de noiva, horas depois de casar.

1921, O futebol voltou a ser vetado para mulheres. As federações europeias só iriam rever a decisão 50 anos depois, em 1971.

1940, o Pacaembu sediaria os primeiros jogos de mulheres no Brasil.

1941, Getúlio Vargas assina decreto que proíbe mulheres de jogar futebol no Brasil. Norma foi revogada em 1979.

1983, a modalidade foi enfim regulamentada em solo nacional, com amistosos nos estádios, nos torneios de praia, calendários, prática nas escolas.

1986 foi um grande ano para o futebol feminino. Nele, entrou em campo a primeira seleção brasileira de futebol feminino. As pioneiras: Sidnéia (Lica), Rosa, Mary, Jurema e Fanta; Danda, Fia, Cenira e Pelezinha; Lúcia e Elzinha. Nascia também, em Alagoas, a futura goleadora Marta Vieira da Silva.

1988, a Fifa promoveu o primeiro torneio de seleções femininas. O Brasil ficou com o bronze.

1991, foi organizada a primeira Copa do Mundo Fifa de Futebol Feminino, vencida pelos EUA.

1999, O Brasil conquista seu primeiro pódio em uma Copa do Mundo, com o bronze nos EUA.

2003, o Brasil de Marta conquista o ouro no Pan de Santo Domingo.

2007, Marta já era a melhor jogadora do mundo e o Brasil mostrou isso na prática; no Pan do Rio, Brasil 5 a 0 nos EUA na final pelo ouro. Na Copa do Mundo, o Brasil ficou com a prata após a final com a Alemanha.

2013, a CBF lança o Brasileirão Feminino, com 20 clubes na primeira edição.

2015, a seleção brasileira conquista novamente o ouro, no Pan do Canadá.

2019, é a vez dos clubes: a Fifa e a Conmebol obrigam clubes que desejam disputar a Libertadores e a Sul-Americana no masculino a terem também times femininos.

2022, a Neoenergia entra em campo com a seleção para ajudar a modalidade a chegar ao próximo nível. O campeonato nacional passa a se chamar Brasileirão Feminino Neoenergia.

2023, final do Brasileirão Feminino Neoenergia registrou o maior público da história do futebol feminino no Brasil, com mais de 41 mil torcedores na Neo Química Arena pra ver a partida entre Corinthians e Internacional.

 

 
 

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