Inclusão social: mais diversidade e benefícios para todos
Diversidade. Uma
palavra tão presente na vida de milhares de pessoas atualmente. Junto a ela,
vem um tema colocado em debate em todo o mundo: inclusão social. Em 03/12,
temos o Dia Internacional da Pessoa com Deficiência (PcD), mas é importante
pensar e discutir todos os dias sobre como o mercado de trabalho tem recebido
esses profissionais, que precisam tanto serem inseridos e aceitos socialmente.
Segundo
pesquisa realizada pelo Ministério do Trabalho, em abril de 2020, existiam mais
de 45 milhões de pessoas com algum tipo de deficiência no Brasil. Dentre elas,
30 milhões já estão em idade de trabalhar, entretanto, apenas 19 milhões
declararam ter alguma ocupação. Portanto, as barreiras ainda são grandes.
A inclusão social no mercado de trabalho é fundamental. Ela aumenta a tolerância, auxilia a convivência em sociedade, traz mais bagagem cultural e proporciona a empatia. O trabalhador com deficiência não deve ser visto apenas como parte de um projeto de “caridade" ou parte de uma cota, mas sim como um integrante real da empresa, e, para isso, as organizações precisam se preparar para receber essas pessoas, trabalhando as equipes e adaptando as estruturas do ambiente de trabalho.
A
presença de profissionais com deficiência no mercado de trabalho tem crescido
no país. Um levantamento feito pelo Ministério do Trabalho revelou que, em
2018, o número de contratações de pessoas com deficiência bateu recorde no
Brasil, com mais de 46,9 mil profissionais ingressando no mercado de trabalho, um
crescimento de 20,6% em relação ao ano de 2017. Os números do ano passado são
os maiores desde 2003, quando começaram a ser registrados.
Regulamentação
Hoje, o país conta com a Lei Brasileira de Inclusão da
Pessoa com Deficiência (Lei 13146/15),
que se destina a “assegurar e a promover, em condições de igualdade, o
exercício dos direitos e das liberdades fundamentais por pessoa com
deficiência, visando à sua inclusão social e cidadania". E parte do
resultado da pesquisa do MTE é uma consequência da lei das cotas, que obriga
empresas com mais de 100 funcionários a terem em suas equipes de 2% a 5% de
pessoas com deficiência. Para o serviço público, a lei determina que sejam
reservadas até 20% das vagas de concurso público para pessoas com
deficiência.
Novo olhar
Como
empresa socialmente responsável e alinhada aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU, por meio da Neoenergia Pernambuco, nossa distribuidora de energia no
estado, desenvolvemos o Programa Novo Olhar, que proporciona a
pessoas com deficiência intelectual experiência profissional e
psicossocial.
Para
obter resultados concretos, estruturamos um ambiente profissional que abrange
as mais diversas áreas de aprendizado para uma pessoa com deficiência
intelectual. O objetivo do projeto é transformar o ambiente corporativo
numa experiência inclusiva e agregadora para esses profissionais.
Durante
o período em que estão na empresa, 25% do tempo é voltado para a realização de
atividades para estimular raciocínio lógico, linguagem, compreensão, planejamento
e rotina operacional. Além disso, eles são acompanhados diariamente por uma
equipe multidisciplinar, com foco no desenvolvimento, resultados e inovação.
A metodologia aplicada no projeto oportuniza aprendizagem individualizada e
personalizada, permite desenvolver a
cognição e ampliar a capacidade intelectual, incentivando-os a ir além do mero
atendimento de tarefas corporativas.
“A iniciativa é desenvolvida há quatro anos e os
jovens apresentam um alto desempenho nas tarefas que realizam",
comenta Daniela Motta, gerente de Recursos Humanos da Neonergia Pernambuco.
Ações Simples
Você sabia que a inclusão social no mercado de trabalho pode acontecer com ações simples, mas de trabalho diário, além do cumprimento de leis? Confira:
Analisar a acessibilidade da empresa: estrutura, elevadores, rampas, banheiros e mobilidade nas salas, por exemplo;
Convidar palestrantes que possam falar com os colaboradores sobre inclusão social com propriedade;
Revisar o processo de contratação de colaboradores da empresa e suas ferramentas de comunicação;
Colocar a inclusão social como parte dos valores da empresa. Ela pode ser até um indicador social, que deverá ser analisado continuamente;
Preparar gestores para que saibam tornar o ambiente de trabalho mais inclusivo.