Investimentos em
automação, inovação e redes inteligentes (smart grids, em inglês)
levaram as quatro concessionárias da Neoenergia – Coelba (BA), Celpe (PE),
Cosern (RN) e Elektro (SP/MS) – a reduzir o número de interrupções no
fornecimento de energia. Todas as distribuidoras da companhia estão abaixo dos
limites estabelecidos pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) para os
indicadores de qualidade que avaliam a frequência média das interrupções (FEC, medida
em vezes) e a duração média em que isso acontece (DEC, em horas). Uma das
principais iniciativas, que levou a esse cenário, foi a implantação do sistema
AIR, sigla para Automação Inteligente de Redes.
A tecnologia
atua em caso de ocorrências provocada por fatores externos que acarretam a
interrupção do fornecimento. O sistema identifica o ponto e, sempre que
possível, realiza manobras isolando automaticamente o problema e transferindo
as cargas para que o menor número de clientes fique sem o suprimento de
energia. Mais de 20% dos equipamentos religadores das concessionárias da
Neoenergia operam com o AIR. Em função das características das áreas de
concessão das distribuidoras, a Aneel estabelece limites de qualidade
diferentes, de acordo com a complexidade de cada mercado. Para avaliar o DEC e
o FEC de cada concessionária, o órgão regulador leva em consideração
peculiaridades como extensão territorial, características da rede elétrica e
condições socioeconômicas.
ELEKTRO
Na Elektro, por
exemplo, até o primeiro trimestre deste ano, o AIR chegou a sete cidades:
Guarujá, Aguaí, Rio Claro, Atibaia, Cabreúva, Mairiporã e Três Lagoas,
totalizando mais de 220 equipamentos religadores. A frequência média de
interrupções no fornecimento de energia na distribuidora foi de 4,25 vezes no
mesmo período, enquanto o limite previsto pelo órgão regulador era de 6,39. O
número também é menor do que o valor registrado no primeiro trimestre do ano
passado, que foi de 4,51 vezes. A duração média de interrupções no serviço nos
três primeiros meses de 2020 foi de 7,22 horas, abaixo das 8,3 horas previstas
pela Aneel em 2019.
COSERN
A Cosern teve
FEC de 4,59 vezes no primeiro trimestre de 2020, muito abaixo das 8,01 exigidas
pela Aneel e das 5,41 registradas no mesmo período do ano passado. A DEC na
concessionária foi de 9,37 horas de janeiro a março deste ano, enquanto o
limite regulatório era de 11,92 e o valor nesses meses em 2019 foi de 11,46. No
Rio Grande do Norte, a cidade de Canguaretama instalou o sistema de automação
de redes em 39 religadores.
CELPE
A frequência
média de interrupção do serviço na Celpe foi de 5,36 vezes nos três primeiros
meses de 2020, FEC menor do que as 8,34 previstas pelo órgão regulador e em
queda em relação aos 5,90 registrados no mesmo período de 2019. A duração média
foi de 11,37 horas, abaixo do limite, que era de 13,4, e do número medido no
mesmo período do ano passado, que foi de 11,68. O AIR foi instalado em 93
religadores em Petrolina e, em Pernambuco, os equipamentos da Região
Metropolitana do Recife também operam com um sistema automatizado centralizado.
COELBA
Na Coelba, a FEC
foi de 5,93 vezes no primeiro trimestre do ano, menos do que 6,01 do mesmo
período em 2019 e do que os 7,87 estabelecidos como limite pela Aneel. No
início deste ano, houve um aumento sutil na DEC, que passou de 12,83 para 13,06
horas, mas a duração média continua abaixo do valor previsto pela agência
reguladora, que era de 14,11. Na Bahia, o AIR está nas cidades de Vitória da
Conquista e Feira de Santana e, até o fim de 2020, será concluída a instalação
em Itabuna. Quatrocentos e vinte equipamentos operam com o sistema.
COMO FUNCIONA O SISTEMA AIR
O AIR detecta o
local exato do problema, sem a necessidade de intervenção humana, e isola a
rede que foi atingida, retomando, imediatamente, o fornecimento para o maior
número possível de clientes. Com o sistema, o número de consumidores afetados
pode ser reduzido em até 70% e o restabelecimento de energia pode acontecer em
até 80 segundos.
Na prática, ao
encontrar uma falha, o próprio sistema estabelecesse um “novo caminho” para que
a energia alcance o cliente. “Todos os equipamentos da rede elétrica estão
conectados por uma infraestrutura de telecomunicações (satélite ou rádio) a um
computador industrial, em que são programadas sequências lógicas considerando
as possibilidades da rede, como número de clientes, carga e tensão. Se houver
uma mudança na estrutura da rede, a tensão é alterada e o software envia o
comando de como cada equipamento vai agir diante da situação”, explica Emanuel
Barbosa.
A
ampliação da instalação do Sistema Air na rede de distribuição reforça o
compromisso da Neoenergia e suas concessionárias com a qualidade do
fornecimento de energia elétrica. O projeto faz parte das iniciativas da
empresa para adequação ao conceito de Smart Grids (redes inteligentes), nova
tendência mundial na distribuição de energia elétrica.
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