Eduardo Capelastegui, CEO da Neoenergia

Trimestre sólido, execução precisa e foco total em eficiência. A Neoenergia encerrou o 3T25 com EBITDA Caixa de R$ 2,8 bilhões, alta de 13%, e lucro líquido de R$ 924 milhões, crescimento de 10%. O CAPEX total das distribuidoras foi de 4,8 bilhões no 9M25, dos quais R$ 3,2 bilhões focados em expansão da rede. No trimestre, a energia injetada subiu 2,3% e a RAB líquida alcançou R$ 43 bilhões, refletindo o porte e a robustez do negócio.
O CEO da companhia, Eduardo Capelastegui, fala sobre os resultados, a evolução regulatória e como a empresa vem entregando valor com foco em eficiência, clientes e sustentabilidade.
A Neoenergia manteve crescimento e rentabilidade no terceiro trimestre. O que explica esse resultado?
Disciplina e execução. O lucro líquido foi de R$ 924 milhões e o EBITDA Caixa chegou a R$ 2,8 bilhões, 13% acima do 3T24. É o resultado de uma base operacional sólida e de uma gestão eficiente.
Controlamos despesas, com crescimento em linha com a inflação, e seguimos com foco absoluto em produtividade. Eficiência gera valor, e valor garante crescimento sustentável.
O segmento de distribuição sendo o centro do negócio da Neoenergia. O que impulsionou o bom desempenho?
O CAPEX total das nossas distribuidoras foi de R$ 4,8 bilhões no 9M25, sendo R$ 3,2 bilhões focados em expansão da rede. No trimestre, a energia injetada cresceu 2,3%, acompanhando o aumento da atividade econômica nas áreas de concessão.
Nosso objetivo é simples: trabalhar incansavelmente para entregar um serviço de qualidade e próximo do cliente. Fomos reconhecidos no Prêmio ABRADEE como as duas melhores distribuidoras do país e, além disso, ganhamos oito dos 12 troféus concedidos.


A renovação da concessão de Pernambuco foi destaque no trimestre. Qual o impacto da assinatura do aditivo?
Sem dúvida, a prorrogação da concessão da Neoenergia Pernambuco por 30 anos (de 2030 a 2060) é um marco para o setor elétrico brasileiro e para a população de pernambucana. Em Pernambuco, atendemos 4,1 milhões de clientes em 184 municípios do estado, com uma base sólida construída ao longo de 25 anos de presença no território. Ao longo desses anos, investimos cerca de R$ 15 bilhões e contribuímos, hoje, para a geração de 9,4 mil empregos diretos e indiretos, sempre com foco em qualidade, segurança e sustentabilidade no fornecimento de energia.
Agora, seguimos avançando nos processos de prorrogação da Neoenergia Coelba, Neoenergia Cosern e Neoenergia Elektro. E isso significa continuar investindo em eficiência e na experiência do cliente.
E na transmissão, em que estágio estão os projetos?
Vamos finalizar em 2025 o ciclo de expansão em transmissão. Os quatro lotes finais seguem dentro do cronograma e chegaremos em dezembro a um portfólio de R$ 2 bilhões de RAP em operação. Também concluímos a venda de 50% da Itabapoana por R$ 127,5 milhões.
Nossa parceria com o GIC, que hoje detém 50% de nove ativos de transmissão junto à Neoenergia, é uma relação de longo prazo, que reforça a qualidade dos nossos ativos e está alinhada à política de rotação de ativos.
A companhia ampliou participação na UHE Corumbá. O que motivou essa decisão?
Acabamos de adquirir 37,5% da Energética Corumbá III, junto à CELGPAR, em leilão na B3. Com isso, aumentamos nossa participação total para 85%, num investimento de R$ 92 milhões.
É um ativo que conhecemos bem, de geração renovável e previsível. Essa decisão reflete nosso foco em portfólio otimizado, geração de valor e simplificação societária.

A Neoenergia teve forte reconhecimento no trimestre. O que esses prêmios representam?
Mostram que estamos evoluindo em várias dimensões. Além da ABRADEE, fomos eleitos pelo Great Place to Work como a melhor empresa do setor elétrico para se trabalhar no país e subimos para o 14º posição no ranking nacional.
Ficamos também em 13º no ranking nacional no Valor Inovação, um salto de 37 posições em relação ao ano anterior, e somos a maior empresa do setor elétrico brasileiro em faturamento, segundo o Ranking Valor 1000. São conquistas que refletem o foco em eficiência, inovação e qualidade, suportados por um ótimo ambiente de trabalho.
A Neoenergia fala muito em disciplina financeira. Como isso se traduz na prática?
Com clareza de prioridades. Crescer é investir melhor e manter um bom e constante controle de custos, alocando capital em ativos que trazem retorno consistente.
Continuamos nosso processo de rotação de ativos, como nos casos recentes de Itabapoana e Corumbá, operações que nos permitem fortalecer o caixa, desalavancar a companhia e realocar capital de forma disciplinada, além de manter um portifólio mais aderente à nossa visão de longo prazo.
No ESG, quais avanços você destacaria neste trimestre?
Evoluímos com entregas concretas. Fomos reconhecidos com o Prêmio ANEFAC de Boas Práticas ESG 2025 e permanecemos entre os principais índices globais de sustentabilidade, com metas 2030 em plena execução e algumas já entregues.
Já concluímos antes do prazo metas estruturantes como a adoção de frota leve 100% sustentável e o aumento da participação de compras com fornecedores locais, ambas previstas originalmente para 2030. No total, são 30 metas monitoradas trimestralmente e aprovadas pelo Conselho de Administração, alinhadas aos temas materiais identificados pelos nossos públicos estratégicos.
Renovamos a parceria com o COB e apoiamos os Jogos da Juventude em Brasília, ampliando iniciativas de inclusão pelo esporte. Também aderimos ao Fórum de Empresas e Direitos LGBTI+, reforçando a governança da agenda de diversidade.
Firmamos contratos de autoprodução com Nexus Ligas e Ambev, garantindo fornecimento de longo prazo a partir dos nossos complexos eólicos. Pelo Programa de Eficiência Energética da ANEEL, inauguramos usinas solares na Força Aérea Brasileira, substituímos mais de 13 mil luminárias e viabilizamos economia anual superior a R$ 1 milhão aos cofres públicos.

Adicionalmente, passamos a integrar a A List do CDP em Mudanças Climáticas e avançamos para a 42ª posição no ranking global Carbon Clean 200, entre as empresas com melhor desempenho em energia limpa.
E olhando para frente, qual é o foco da Neoenergia?
Seguiremos focados em uma gestão eficiente e investindo onde haja alta rentabilidade, aumentando a saúde financeira com a desalavancagem nos próximos anos e mantendo a estratégia focada em disciplina de capital, excelência operacional e geração de valor sustentável. Desde o IPO, o EBITDA Caixa da Neoenergia cresceu 122%, um reflexo da criação contínua de valor e da capacidade de gerar resultados previsíveis.
E seguimos confiantes com as próximas etapas da prorrogação das concessões de Neoenergia Coelba, Neoenergia Cosern e Neoenergia Elektro para continuarmos investindo ainda mais atendendo nossos clientes com qualidade, segurança, proximidade e eficiência.