Com foco na disciplina de capital e na entrega com consistência, a Neoenergia avança na execução de sua estratégia e gera valor com responsabilidade. O segundo trimestre do ano consolida um ciclo de crescimento ancorado em eficiência operacional, evolução da experiência do cliente e decisões que preparam a companhia para um futuro mais sustentável. Nesta entrevista, nosso CEO Eduardo Capelastegui traz sua visão sobre o 2T25.

Quais os principais destaques financeiros do trimestre?
Consolidamos mais um trimestre de resultados consistentes, com lucro líquido de R$ 1,6 bilhão, o dobro do registrado no 2T24, e EBITDA de R$ 3,2 bilhões. Esses resultados mostram a eficácia do nosso modelo de negócio: base operacional eficiente, controle de custos, decisões de portfólio acertadas e capital alocado com responsabilidade. O bom desempenho das distribuidoras e processos tarifários positivos foram fundamentais para esse avanço.

As distribuidoras apresentaram marcos relevantes no trimestre. Qual a sua leitura?

Hoje temos 17 milhões de clientes, o que representa uma população de cerca de 40 milhões de pessoas. No segundo trimestre, destinamos R$ 1,7 bilhão em investimentos para as distribuidoras para modernização, expansão e resiliência de nossas redes e, assim, entregar serviço de qualidade e melhor experiência para nossos clientes. A energia injetada cresceu 2,3% no período, totalizando mais de 19 mil GWh, um reflexo da atividade econômica nas nossas áreas de concessão e da capacidade da Neoenergia de operar com capilaridade e confiabilidade.

O EBITDA caixa robusto reforça o bom desempenho das nossas distribuidoras. No trimestre, alcançou R$ 2,6 bilhões, aumento de 7% em relação ao mesmo período de 2024. A variação positiva ocorreu, principalmente, em razão dos reajustes anuais dos custos gerenciáveis (parcela B) das distribuidoras Neoenergia Coelba, Neoenergia Cosern e da revisão tarifária periódica da Neoenergia Pernambuco.

E na frente de transmissão, como a companhia avançou?

Entregamos mais dois trechos em projetos importantes, como Morro do Chapéu e Vale do Itajaí, responsáveis por mais R$ 132 milhões em RAP liberada. Seguimos com disponibilidade técnica superior a 98% e progresso nos lotes Guanabara e Alto Paranaíba. As entregas fortalecem nossa parceria com o GIC e a nossa posição no setor, contribuindo progressivamente para a geração de caixa.

Destaco também a inauguração do CMAT, que marca uma nova etapa: monitoramento digital em tempo real de ativos críticos, antecipando riscos e aumentando nossa eficiência. 

A rotação de ativos segue como estratégia?

Sim. Concluímos a operação de venda da UHE Baixo Iguaçu, com entrada de R$ 1 bilhão em caixa, no dia 30 de junho. Essa movimentação está alinhada à nossa estratégia de focar em ativos de alta sinergia, geração recorrente de valor e menor volatilidade. A rotação de ativos é uma alavanca que nos permite fortalecer o caixa, desalavancar a companhia e realocar capital de forma disciplinada, além de manter um portfólio cada vez mais aderente à nossa visão de longo prazo.

A Neoenergia, por meio de sua joint venture com a Caborn2Nature Brasil, anunciou sua entrada no Projeto Muçununga. O que ele representa?

É um projeto robusto de restauração ecológica: 1.200 hectares de Mata Atlântica com quase 2 milhões de mudas plantadas. Ele será conduzido pela Carbon2Nature Brasil, nossa joint venture com a Iberdrola, que irá aportar R$ 13,7 milhões na iniciativa.

Essa atuação combina impacto ambiental concreto, geração de créditos de carbono de qualidade e consolida nossa posição em soluções baseadas na natureza.

Que outros avanços ESG você destacaria?

Nosso modelo ESG é bastante estruturado, monitorado e reportado periodicamente - temos 30 metas aprovadas em conselho de administração a serem cumpridas até 2030. Uma recente iniciativa que vale mencionar é o projeto de reciclagem de painéis solares. Somente nas usinas Luzia II e III, na Paraíba, reciclamos 898 módulos fotovoltaicos.

Além disso, temos diversas ações do Instituto Neoenergia de capacitação e empregabilidade, com impacto direto em comunidades vulneráveis, que já promoveram a inclusão social a 312 mil pessoas de 12 estados e no DF.

Esses são alguns exemplos do amplo leque de iniciativas ESG realizadas no trimestre e que nos posicionaram como líderes do setor no ISE da B3.

A reputação da companhia foi reforçada no trimestre. Qual a importância desses reconhecimentos?

Fomos reconhecidos pela Brand Finance como a marca mais valiosa do setor elétrico brasileiro e, pelo segundo ano consecutivo, figuramos no ranking nacional das melhores empresas para se trabalhar do GPTW. Reputação é consequência e esses reconhecimentos mostram que entregamos, com consistência e direção.

Clientes seguem no centro da estratégia. Que avanços destaca?

Inauguramos o Centro Tático de Relacionamento, que monitora em tempo real todos os canais — digitais, físicos e telefônicos. Ampliamos a comunicação com cliente via WhatsApp com novos serviços automatizados, como recebimento de mensagens sobre o fornecimento de energia, desligamentos programados e prazos de religação em caso de interrupções. É possível ainda solicitar a segunda via da conta de luz por comando de voz. 

Fomos reconhecidos com o Prêmio Latam pelo projeto Voz do Cliente 360º e também com o Prêmio Consumidor Moderno 2025. Tudo isso é reflexo de um princípio: ouvir o cliente não é um canal, é um critério de gestão.

Como as campanhas lançadas no trimestre reforçam o relacionamento com os clientes e a proposta de marca da companhia?

A campanha institucional com o mote “Mais por você” reforça o vínculo emocional com nosso maior ativo: nossos clientes. E ela mostra como estamos presentes em todos os momentos da vida de uma pessoa. Já a nova campanha de segurança para o São João, inspirada no sucesso do Carnaval com Carlinhos Brown, levou informação prática e empatia. E a campanha educativa com foco em direitos, uso seguro e desligamentos programados pontua nosso papel como agente de confiança. Energia é um serviço essencial e a comunicação tem que refletir isso.

O que direciona a agenda estratégica da Neoenergia para o segundo semestre?

Mantemos a estratégia focada em disciplina de capital, excelência operacional e geração de valor sustentável, tendo a rotação de ativos como alavanca importante nesse processo. A valorização da ação da Neoenergia reforça a confiança do mercado nessa jornada. 

Seguimos confiantes com as próximas etapas das renovações das concessões, que já teve a de Pernambuco aprovada pela Aneel, reforçando nosso compromisso de longo prazo com o país. Nosso foco permanece em investir com racionalidade, operar com excelência e entregar com consistência. Esse é o caminho da Neoenergia.