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Neoenergia realiza workshop sobre oportunidades e desafios da economia sociocircular

31/05/21

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Com o objetivo de construir ideias conjuntas, a Neoenergia, o Instituto Brasileiro de Desenvolvimento e Sustentabilidade (IABS) e a Universidad Politécnica de Madrid (UPM) realizaram um debate online centrado no potencial de geração fotovoltaica e demanda energética no Brasil e no mundo. O evento trouxe as projeções de resíduos gerados a partir dos sistemas fotovoltaicos em território nacional e um aprofundamento sobre o tema que vem ganhando cada vez mais relevância.

A preocupação sobre a destinação dos resíduos originados em torno do desenvolvimento desses projetos está em pauta em todo o mundo. Entre 2017 e 2019, o Brasil passou da 26ª para a 16ª posição no ranking mundial de perspectiva de geração de energia fotovoltaica. “Estamos vendo o crescimento do uso de painéis fotovoltaicos no Brasil e essa tendência deve se manter. Por isso, precisamos discutir desde agora sobre a destinação final desses painéis. O projeto também torna oportuno o debate sobre o destino dos painéis que ficam obsoletos, visto que também poderão ser considerados resíduos se nenhuma outra destinação for pensada para eles”, comenta Adriana Nascentes, especialista da Neoenergia.

Essa frente de atuação em Energia Sociocircular tem como diretriz os destinos e os usos de resíduos de equipamentos de energia renovável, especialmente placas de energia solar, como reaproveitá-los e como integrar a sociedade e gerar benefícios socioeconômicos adicionais com essa tecnologia. “China, EUA e Japão são os principais países na geração fotovoltaica. O Brasil vem apresentando grande crescimento e a estruturação de um mercado novo depende de infraestrutura, investimento e robustez dos parceiros. Queremos discutir e mostrar que a operação das placas solares ajuda na redução da emissão de gases nocivos em toda a cadeia produtiva de energia. Para isso, precisamos estruturar bons processos de reciclagem e reuso que certamente serão um grande fator para tornar a energia solar cada vez mais sustentável”, destaca Isabel Ferreira, diretora de Gestão e Projetos do IABS.

O debate trouxe, ainda, resultados das diferentes pesquisas relacionadas aos diferentes agentes envolvidas no conceito de Energia Sociocircular – pública, privada, terceiro setor, universidades e centros de pesquisa. Na esfera pública, foi constatada a preocupação da construção de um cenário completo, com leis e acompanhamento de fiscalização, construção de novas políticas e constante diálogo com o mercado. No setor privado, também há o consentimento da conjuntura de atores e a necessidade de novo marco regulatório que envolva placas fotovoltaica em nível industrial. No terceiro setor, o principal ponto observado foi a necessidade de foco na comunidade, na questão da circularidade. A proposição de políticas públicas, projetos que envolvam a sociedade nas diversas fases dentro da operação de usina solar, algo que também envolve tecnologias e novos desenhos de placas solares mais sustentáveis.

Modelos conceituais

O evento online também teve como ponto de debate modelos conceituais que criassem valor com o fim do ciclo de vida e obsolescência dos painéis fotovoltaicos. O aumento de resíduos desses painéis se coloca como um desafio ambiental, mas também gera oportunidades para novos ciclos econômicos por meio da Socioeconomia Circular. Como ponto focal dessa discussão, foi debatida a criação de modelos que possibilitem oportunidades para a redução, reuso e reciclagem, além de gerar benefícios socioeconômicos para comunidades, com ampliação da vida útil e desenvolvimento de novos negócios. “Como podemos entender que o ciclo do negócio vai além do produto final? Se a gente conseguisse usar o conceito de economia circular, temos um programa social, temos um negócio. O foco é juntar tecnologia, inovação e redução da desigualdade, visando sustentabilidade”, disse Luís Tadeu Assad, diretor-presidente do IABS.

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