A Neoenergia desenvolveu equipamentos pioneiros no Brasil para
automatizar o monitoramento hidrológico de barragens e rios nas áreas onde
estão localizadas as suas usinas hidrelétricas, dando mais segurança e
agilidade às atividades de campo. Por meio de um projeto de Pesquisa e
Desenvolvimento (P&D) iniciado em 2017, foram criadas duas embarcações com
equipamentos que fazem a medição de vazão e sedimentação, além da análise da
qualidade da água, sem a necessidade de intervenção humana. A iniciativa
renderá o desenvolvimento de tecnologias de ponta, entre elas a nacionalização
de uma tecnologia de georreferenciamento com um custo dez vezes menor do que no
mercado.
Esses estudos devem ser realizados conforme a regulamentação da
Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e são essenciais para a previsão
do volume e das condições da água que chegará aos reservatórios das
hidrelétricas, o que influencia no aproveitamento dos recursos para geração de
energia. “Os novos equipamentos têm vantagens importantes ao melhorar cada
dia mais a qualidade do trabalho de monitoramento hidrológico. Além disso, com
a automação, aumentamos a segurança dos nossos colaboradores, que não precisam
entrar nos rios para executar as medições com a máxima confiabilidade”,
afirma o superintendente de Operações e Engenharia de Hidráulicas da
Neoenergia, José Paulo Werberich.
Em parceria com a Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) e
outras instituições, foi criada uma embarcação com equipamentos que fazem a
medição da vazão e da qualidade da água. Para dar mais agilidade,
confiabilidade e praticidade a esse trabalho, foi desenvolvido também um
microscópio que permite a análise da maior parte das partículas presentes na
água, reduzindo a necessidade de avaliações em laboratório. Outra embarcação
para avaliar o transporte de sedimentos nos rios foi produzida junto ao
Instituto de Engenharia de Sistemas e Computadores, Tecnologia e Ciência (Inesc
TEC), de Portugal.
Os três produtos serão utilizados nas medições de campo, que são
feitas trimestralmente. Os protótipos serão testados em 2021 na Usina Hidrelétrica de Itapebi, localizada no rio Jequitinhonha, entre Minas Gerais e
Bahia. Em seguida, poderão ser utilizados nos demais ativos de geração hídrica
da companhia – Baguari, Baixo Iguaçu, Belo Monte, Corumbá, Dardanelos e Teles Pires.
Devido à automação, a análise poderá ser feita com
confiabilidade inclusive em períodos de chuvas intensas ou de seca. “Um
equipamento com esse nível de automatização ainda não existia no mercado
brasileiro, por isso, tomamos a decisão de desenvolvê-lo no projeto de P&D.
Para ter um monitoramento hidrológico confiável, precisamos ter acesso ao maior
número de dados possível, que devem ser medidos constantemente e considerando
os extremos mais altos e baixos dos índices pluviométricos. Os produtos
desenvolvidos nos permitem isso”, explica Werberich.
As embarcações desenvolvidas são movidas a hélices, que ficam na
parte superior, como acontece nos drones, por exemplo, o que permite a
utilização do modelo em diversas atividades além do monitoramento hidrológico.
Pesquisadores que atuam em parceria com a Neoenergia no projeto vislumbram
ainda a possibilidade de ampliar o uso dos produtos para além das usinas
hidrelétricas, como, por exemplo, em ações de pulverização de inseticida contra
o mosquito Aedes aegypti em córregos, demonstrando os ganhos sociais com as
nossas atividades de P&D. 
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