As distribuidoras da Neoenergia encontraram na arte uma
estratégia para conscientizar a população, reduzir casos de vandalismo e
prevenir acidentes nas suas subestações. Um exemplo é a nova subestação Guarujá 04, da Elektro, distribuidora no litoral de São Paulo, onde foi
instalado um mural de 155 metros de extensão, com intervenções em grafitagem,
sobre a importância da energia e dicas de segurança e economia. A ação foi
realizada pelo casal de artistas Wilis e Leila Cavalcante, que vive na
localidade e atende com aulas de artes visuais gratuitas cerca de 100
adolescentes, projeto social mantido pelos dois com a renda obtida a partir de
trabalhos como esse.
A iniciativa já é adotada pelas concessionárias da companhia no
Nordeste – Coelba (BA), Celpe (PE) e Cosern (RN). Atualmente, estão em
implantação intervenções artísticas nas novas subestações Três Lagoas, da
Elektro, em Mato Grosso do Sul; São Lourenço, da Celpe; e Juazeiro 4, da
Coelba.
“O nosso objetivo ao implementar a grafitagem é de inibir ações
de vandalismo, como pichações, além de melhorar a segurança com redes a partir
da conscientização sobre hábitos de segurança, mostrando que a população não
deve pular o muro ou empinar pipa próximo à rede elétrica. A nossa experiência
no Nordeste e agora na subestação Guarujá 04 já mostrou que, com os muros mais
bonitos e coloridos, a comunidade se sente mais engajada e conseguimos um
melhor resultado em parceria com os moradores”, afirma o gerente
de Expansão de Subestações da Neoenergia, José Ferraz.
Os artistas responsáveis pelo mural instalado na subestação
Guarujá 04 concordam que a intervenção artística tem a vantagem de fazer uma
ponte com a comunidade e representa um benefício social. “Percebemos a
interação positiva dos moradores com o mural desde o início do trabalho. As
pessoas paravam, elogiavam e tiraram fotos. Com a arte, o espaço deixa de ser
visto só como a subestação porque a comunidade se sente parte dela e isso ajuda
a evitar, por exemplo, o descarte de lixo. Durante alguns momentos da intervenção,
trouxemos alguns alunos da própria comunidade para acompanhar e eles ficaram
orgulhosos. Temos também uma aluna que mora em frente à subestação e ela falou
que estava muito orgulhosa de ter essa arte na comunidade”, conta Leila
Cavalcante.
A subestação Guarujá 04 está localizada na comunidade do
Cantagalo, de onde vem parte dos alunos que ela e o companheiro Wilis atendem
na Escola de Artes Visuais do Instituto Asas. No projeto social, o casal
oferece formação em grafite sem custos para adolescentes com idades entre 12 a
17 anos de baixa renda que vivem nas comunidades da região. “O nosso
trabalho na rua e nos cursos consegue sobreviver graças a empresas que
acreditam na arte. O mural que fizemos para a Elektro é também um trabalho
social que valoriza o artista e traz a comunidade para perto, ele agrega valor”,
afirma a artista.
O mural conta com seis painéis, com ilustrações e frases que
conscientizam sobre o perigo do furto de energia, eficiência energética,
segurança nas construções, riscos de entrar na subestação sem autorização, a
importância da energia e uma advertência para evitar áreas próximas às redes
elétricas em brincadeiras com pipas.
A intervenção foi realizada em março, dois meses após a
inauguração da subestação. O novo empreendimento tem capacidade de 33 MVA,
distribuída em cinco alimentadores de 13,8 kV, e conta com tecnologia GIS
(sigla do inglês para Equipamento Isolado a Gás), que aumenta a sua eficiência,
além de sistema automatizado para a operação à distância pelo Centro de Operação
da Distribuição (COD) da Elektro, em Campinas (SP). Com a entrega, foi ampliada
a disponibilidade de energia para mais de 100 mil clientes. Durante a confecção
do mural, foi adotado um protocolo de saúde e segurança para a prevenção à
covid-19, com a obrigatoriedade do uso de máscaras e do distanciamento.
Iniciativas semelhantes estão presentes em subestações de três
estados do Nordeste. “Temos experiências positivas em diversos formatos,
seja contratando artistas locais como fizemos no Guarujá ou disponibilizando os
materiais para que a própria comunidade possa realizar as intervenções. Em
todas, tivemos uma conscientização maior das pessoas e, consequentemente, mais
segurança”, explica José Ferraz.