
Quatro adolescentes tiveram suas
vidas transformadas pelo programa Involve, iniciativa da Neoenergia
voltada a mobilização de jovens de comunidades para o desenvolvimento de
habilidades que contribuam para seus futuros profissionais. Eles participaram
do curso de informática desenvolvido em parceria com a ONG Casa da Comunidade
do Berardo, no Recife, e, antes mesmo de concluir a formação, foram contratados
como jovens aprendizes pela Celpe, concessionária da Neoenergia em Pernambuco.
A ação faz parte do projeto de voluntariado internacional da Iberdrola –
controladora da Neoenergia – no qual colaboradores vindos de outros países e
brasileiros contribuem de forma voluntária no projeto, em ações na comunidade e
mentoria com os jovens.
O projeto, que já está em sua 9ª
edição e é realizado pela Iberdrola também no México, aconteceu na capital
pernambucana pela primeira vez em 2019. O local escolhido foi a Comunidade
Sítio do Berardo, no Prado, Zona Oeste do Recife, onde fica a Casa da
Comunidade. A ONG oferece cursos e ações de cidadania para os moradores e a
parceria com a Neoenergia possibilitou a reforma completa do espaço para
receber o programa Involve. Foram 40 jovens selecionados para participar
do curso de informática básica e, dentre esse grupo, quatro se destacaram:
Ingra, Breno, Deyvison e Leticia. Com idades entre 15 e 17 anos, eles
conquistaram o primeiro emprego na Celpe como jovens aprendizes. Até o final do
ano, mais três estudantes serão selecionados para vagas que abrirão em breve.
“O projeto tem transformado a
vida de vários adolescentes em situação de vulnerabilidade. Nas salas de
informática montadas pela Neoenergia, os voluntários da Iberdrola não só
fornecem treinamento para esses jovens, mas também criam vínculos que os
ajudarão no acompanhamento posterior. Tudo isso com o objetivo final de
facilitar sua incorporação bem-sucedida no mercado de trabalho”, afirma o
gerente de Comunicação Interna e responsável pelo programa de voluntariado da
Neoenergia, Clayton Freire.
SOBRE O INVOLVE
O projeto conta com a
participação essencial dos voluntários. Na edição anterior, foram 44
colaboradores. Do total, 20 são oriundos de diferentes países (Reino Unido,
Espanha, Estados Unidos e México), além de 24 brasileiros (20 voluntários da
Celpe e quatro das demais empresas da Neoenergia - Coelba (BA), Cosern (RN),
Elektro (SP/MS) e Holding (RJ) – um de cada local. Durante a estadia no Recife,
o grupo realizou tarefas de treinamento em informática como Wordpress, Pacote
Office e Redes Sociais, com orientação e foco na capacitação para o mercado de
trabalho para os jovens participantes. Esse momento aconteceu por duas
semanas no Centro de Treinamento da Celpe, no Bongi.
O destaque ficou por conta da
promoção de momentos de interação e desenvolvimento com os alunos. Isso porque,
depois que os voluntários retornam aos seus locais de origem, continuam
acompanhando o desenvolvimento dos jovens, numa espécie de
apadrinhamento/tutoria a distância. Enquanto isso, os jovens continuam tendo
aulas de informática, custeadas pela Iberdrola e Neoenergia. Além das aulas, o
grupo foi à comunidade para um dia de ação social que revitalizou espaços
públicos e a sede da ONG Casa da Comunidade do Berardo. Na ocasião, a equipe
realizou serviços de pintura de ruas e calçadas, plantio de mudas e organização
da ONG.
Este ano, como consequência da
pandemia de Covid-19, o programa está sendo desenvolvido remotamente e em
formato digital.
CONHEÇA OS JOVENS CONTRATADOS
Ingra Gaudino
Mais jovem da turma, Ingra tem 15
anos. Ela está no 9º ano do Ensino Fundamental e sonha em ser advogada. O
padrinho da estudante é o voluntário Francisco, vindo da Espanha.
“A oportunidade com o curso e
agora a contratação na Celpe mudou muita coisa na minha vida e adiantou meus
planos profissionais. Tenho vontade de cursar Direito, atuando com fusão de
grandes empresas. Por isso, trabalhar na Celpe me dá chance de aprender sobre o
funcionamento de uma companhia e conhecer mais sobre a área que quero seguir.
Eu fiquei muito feliz com a seleção, principalmente porque não esperava isso.
Dentro do projeto, formei uma família, me tornando amiga de muitas pessoas. A
troca com os voluntários foi muito enriquecedora também, pois pude aprender
várias coisas, a exemplo da língua. Sou muito comunicativa e o Francisco
também, então isso facilitou. O que eu posso dizer para todos que tiverem essa
chance é que se agarrem nela, pois, ao final, só trará bons frutos”.
Letícia Ferreira
A estudante de 17 anos está no 2º
ano do Ensino Médio. Ela tem o desejo de se formar em psicologia e ser
terapeuta infantil. Na imagem, Letícia (à esquerda) está ao lado de Paula, da
Espanha, voluntária ‘madrinha’ da jovem.
“Quando eu recebi a notícia de
que havia sido selecionada, nem acreditei, a ficha demorou de cair. Só quando
fui até a Celpe para assinar o contrato, é que eu pensei ‘agora sim, é
oficial’. Essa tem sido uma experiência única. Sei que vou levar para sempre
esse aprendizado, pois quero abraçar a oportunidade da melhor forma possível,
aproveitando tudo a que tenho direito. Meus pais também estão muito orgulhosos,
pois tenho chance de estudar e trabalhar. Eu estava precisando de uma
chance dessas para ajudá-los em casa, pois eles não possuem renda fixa. Minha
mãe é dona de casa e meu pai é garçom. Ele estava desempregado desde antes de
iniciar a pandemia e tinha alguns bicos trabalhando como marceneiro e só agora
conseguiu uma vaga como temporário em um restaurante”.

Deyvison Gabriel Nascimento
O jovem de 17 anos está no 1º ano
do Ensino Médio e quer seguir carreira em administração. O padrinho de Deyvison
é José Molida, voluntário da Espanha.
“Fico muito feliz por ter sido
contemplado com a iniciativa e agora poder aproveitar a experiência, que tem
sido surreal. Não achava que teria capacidade para tudo isso, mas fui
desempenhando e conquistei. Viemos de uma comunidade carente e alcançamos um
objetivo que poucos tem o privilégio. Essa é a minha primeira experiência
trabalhando e me ajudou bastante a ver que é isso mesmo o que eu quero:
trabalhar na área de administração. Depois que iniciei o curso, tenho
pesquisado bastante sobre o assunto, para me ajudar a me desenvolver na área.
Vejo vídeos no Youtube, pesquiso em sites na internet, com bastante foco no
aprendizado”.
Breno Guedes
Estudante do 1º ano do Ensino
Médio, o jovem de 16 anos quer ser engenheiro mecânico.
“Comecei o curso sem saber de
nada, daí em diante aprendi diversas ferramentas, programas de editoria de
imagens. Com esse conhecimento que eu adquiri, eu e minha mãe, Polyana, tivemos
a ideia de abrir uma pequena gráfica em casa, há cerca de seis meses. Compramos
uma impressora e um notebook e passamos a atuar na comunidade. Fazemos banners,
cartazes, xerox, impressão, 2ª via de boleto, entre outras coisas, recebendo
diversos pedidos pelo Whatsapp. Todo mundo aqui conhece a Polyana do Xerox.
Antes, minha mãe era artesã, confeccionava laços, e hoje cuida da gráfica. Eu
sempre estou a ajudando, ensinando a usar o notebook, as ferramentas, como
fazer impressões, enfim, todas as dúvidas que ela tem, eu estou ali para tirar.
Eu tenho adorado essa oportunidade, algo que eu não poderia perder, que vai me
ajudar no futuro, então eu só tenho a agradecer”.

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