Diretora de renováveis da Neoenergia, Laura Porto defende diversidade como vetor de inovação nas empresas

Diretora de renováveis da Neoenergia, Laura Porto defende diversidade como vetor de inovação nas empresas
Laura Porto foi a entrevistada no quarto episódio da série de podcasts #DeixaElaTeInspirar, realizado pela companhia e disponível no Spotify
Clique aqui e confira o quarto episódio da série de podcasts #DeixaElaTeInspirar, com Laura Porto, diretora de Renováveis da Neoenergia
Profissional reconhecida no setor elétrico e à frente dos principais investimentos da Neoenergia no país, a diretora de Renováveis da companhia, Laura Porto, foi a quarta entrevistada na série de podcasts #DeixaElaTeInspirar. O programa é realizado pela Neoenergia, por meio do seu instituto, para contar trajetórias pessoais e profissionais de mulheres – o novo episódio já disponível no Spotify. Para a executiva, a diversidade nas empresas é um fator para estimular soluções disruptivas, necessárias no ambiente de transição energética.
“A energia limpa e renovável para mim é o caminho natural do desenvolvimento sustentável, tanto quanto inserir as mulheres de forma igualitária em todos os setores da sociedade. Eu acredito que é preciso pensar de forma global”, disse Laura Porto à diretora-presidente do Instituto Neoenergia, Renata Chagas.
Leia os principais trechos da entrevista:
Renata Chagas - Você lidera projetos estratégicos de geração de energia no país, tem um papel relevante no setor elétrico, é membro do Conselho de Administração da Associação Brasileira de Energia Eólica (ABEEólica). Quem é Laura Porto além de ser a pessoa à frente da expansão de energia limpa na Neoenergia?
Laura Porto - Sobretudo uma pessoa bastante simples e muito interessada nas questões que impactam a sociedade. Uma pessoa absolutamente conectada com o presente e, claro, sempre preocupada com o futuro: energias renováveis, universalização dos serviços de energia elétrica, uma estratégia de crescimento com distribuição de renda. Eu acredito que as energias renováveis, principalmente com os parques eólicos e solares, no arrendamento dos terrenos, levam crescimento e distribuição de renda. Sou uma pessoa que tem uma preocupação muito grande com um mundo sustentável. Eu, no dia a dia, também sou uma pessoa que busco me conectar com o que verdadeiramente importa na vida, que são os afetos e as experiências que levamos conosco, sempre privilegiando o contato com a natureza e trabalhando numa empresa em que eu acredito.
Renata Chagas - Com a sua experiencia no setor elétrico, como você enxerga a questão da igualdade de gênero na área? Você acha que as empresas e as organizações têm investido na ampliação de oportunidades para as mulheres?
Laura Porto - Tem havido um movimento positivo no que tange à igualdade de gênero nas organizações e na Neoenergia temos muitos representantes mulheres em diversos postos e níveis da organização. Há iniciativas bem estruturadas, como a Escola de Eletricistas para mulheres, mas desde antes disso nós temos um olhar atento aos benefícios que a diversidade traz por meio da igualdade de gênero, mas também dos aspectos culturais, regionais, etários. Somos uma empresa diversa, atuamos em várias regiões do país, valorizando toda a riqueza de misturas que temos no Brasil. Eu acho que é importante não se acomodar aos avanços que já temos alcançado e continuar sempre ativos e atentos a essas questões porque realmente agrega muito à organização. Afinal, falamos muito sobre transição energética e, para você estar em um cenário como esse e em um ambiente bastante competitivo, vai exigir soluções e ambientes de negócios mais inovadores. Eu tenho certeza de que a diversidade impulsiona soluções disruptivas e inclusivas, importante para estarmos crescendo cada vez mais de forma sustentável.
Renata Chagas - As energias renováveis têm uma participação feminina maior do que em outras fontes. De acordo com uma pesquisa da Agência Internacional de Energia Renovável (Irena), a proporção de mulheres nas energias renováveis é de 32%, enquanto em óleo e gás é de 22%. Na sua opinião, por que isso acontece? Você acha que as energias renováveis têm mais oportunidade para as mulheres?
Laura Porto - Esse é um movimento ativo, que precisa ser constantemente provocado, sempre temos que estar atentos. Estruturalmente, os cargos técnicos e lideranças no setor de energia, independentemente de ser renovável ou não, eram ocupados por homens – e ainda na sua maioria são. Energias renováveis particularmente tem um número melhor porque ela necessita mais inovação para competir com as energias tradicionais já estabelecidas. Eu acredito que as empresas estiveram muito mais atentas, tiveram que se antecipar e se modernizar, não só no modelo de negócios, mas também na cultura: contratar profissionais que pensem de forma mais aberta, sejam múltiplos, estejam abertos a mudanças, questionem os antigos modelos e proponham soluções criativas. É um mundo muito competitivo, então precisa realmente de criatividade. Nesse novo cenário, tão diferente, as mulheres têm tido particular destaque, se encaixaram nesse universo de mudanças porque elas se sentem agentes dessa transformação, elas estão participando. Na diretoria de Renováveis tem uma presença feminina bastante grande, inclusive nas lideranças.
Renata Chagas - Quais são os principais desafios do setor elétrico na pauta da diversidade de gênero e como eles podem ser superados?
Laura Porto - São anos e anos de educação enviesada, onde o papel da mulher sempre esteve intimamente relacionado a atividades não técnicas, consideradas atividades masculinas. Por exemplo: me formei com duas mulheres na minha turma e assim continuou por anos e anos. Agora tem mais mulheres e acredito que já foi um legado das empresas, que estão se estruturando, buscando uma nova cultura e chega na ponta, na universidade, nas escolas técnicas, a importância de ter mulheres no setor elétrico. Mas é um trabalho de formiguinha, que leva um tempo e é estruturante. Não se muda uma cultura do dia para a noite. Sou testemunha de que estamos passando por um período de transição, não só energética, mas de pensamento. O número tem aumentado e isso tem acelerado inclusive o processo de transição energética. O conceito de diversidade também está ligado à ideia de equilíbrio. Uma equipe diversa é aquela em que há paridade em números de jovens e profissionais seniores, de diferentes orientações sexuais, pessoas com deficiência, negros e negras. Para mim isso é diversidade, o caminho é esse e acredito que a Neoenergia está bastante atenta a isso.
Renata Chagas - Tanto a igualdade de gênero quanto o fornecimento de energia limpa são Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS), definidos na Agenda 2030 da ONU. Você acha que essas metas estão interligadas de alguma forma?
Laura Porto – Totalmente. Ambas promovem a mudança de pensamento e o questionamento de modelos antigos que levaram o mundo a uma existência bem complicada. Os ODS bem conhecidos são uma mega conquista porque eles nos guiam para uma sociedade mais justa, sustentável, acessível e igualitária. Essa é a nossa luta, não há mais como preterir quaisquer dessas causas. A energia limpa e renovável para mim é o caminho natural do desenvolvimento sustentável, tanto quanto inserir as mulheres de forma igualitária em todos os setores da sociedade. Eu acredito que é preciso pensar de forma global para que a passos firmes seja possível equilibrar.
Renata Chagas - Qual é a realidade da diretoria de Renováveis na Neoenergia e como você tem atuado como intraempreendedora, no sentido de ser uma empreendedora dentro da corporação para ampliar a igualdade de gênero?
Laura Porto - Felizmente, a situação da diretoria de Renováveis é muito positiva nesse sentido. Aqui, a presença de mulheres em cargos de liderança é comum. Acho que podemos melhorar, e estamos nesse desafio, entre os técnicos em campo, que considero ainda uma barreira para ampliar a mão de obra feminina. Por isso, estamos atuando junto à Escola de Eletricistas e às escolas técnicas, buscando formar profissionais, inclusive para a liderança, para serem gestoras nos parques, na parte de operação e manutenção. Como intraempreendodra, o que procuro fazer é difundir essa filosofia de diversidade aos colaboradores que estão próximos a mim. Tento passar especialmente aos líderes, para que eles, como têm capilaridade, repassem a percepção que tenho sobre equipes de alto rendimento e como isso se relaciona ao conceito de diversidade. Realmente eu não acredito em outro caminho e, sendo sincera, eu acho que tem funcionado. Me sinto orgulhosa em liderar uma equipe com tantas mulheres à frente de equipes diversas e muito competitivas.
Renata Chagas - Você tem uma função de destaque não só na Neoenergia, mas no setor elétrico. Qual é a sua opinião sobre a importância de ter mulheres protagonistas nesses espaços?
Laura Porto - A representatividade importa. É crucial ter mulheres protagonizando escolhas, estratégias importantes. Para, por um lado, inspirar mais mulheres e demonstrar que há espaço e, por outro lado, naturalizar a representar o gênero nos mercados que possam estar ainda estagnados nos antigos padrões majoritariamente masculinos. Sinto que minha presença nesses espaços envia uma mensagem muito clara de que podemos ocupar essas posições de liderança em qualquer área. Falo sobre o meu exemplo porque a pergunta está direcionada a mim, mas me sinto muito feliz de não ser a única diretora da Neoenergia, temos mais duas diretoras. Isso envia certamente uma mensagem muito poderosa e essas mensagens poderosas podem modificar para muito melhor o futuro de uma empresa.
Renata Chagas - O mundo está vivendo um momento em que a demanda por energia limpa é cada vez maior para descarbonizar a economia. Para você, dentro desse contexto, qual vai ser o papel das mulheres na expansão das fontes limpas e no combate às mudanças climáticas?
Laura Porto - Eu acho que a força feminina trará mais valor nesse e em outros sentidos do desenvolvimento sustentável. O combate às mudanças climáticas é um tema cada vez mais urgente e na sociedade como um todo. O futuro, começamos a fazer agora. O presente é agora, então, que façamos as mudanças já.
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