A temporada “dos ventos altos” no Nordeste brasileiro tem feito a produção de energia eólica
bater picos recordes de produção inéditos em 2020. Somente na primeira semana
de agosto, o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) registrou três
recordes de geração média de energia na região oriundas dos parques eólicos.
O mais recente
aconteceu no dia 6 de agosto, quando a força do vento chegou a produzir 9.049
MW médios. Essa capacidade seria suficiente para abastecer o equivalente a
94,4% da demanda elétrica dos nove estados nordestinos, por exemplo. Os outros
desempenhos excepcionais foram registrados no dia 5, com a geração de energia
eólica média de 8.854 MWmed, e no dia 2, de 8.780 MWmed. Ao alcançar picos de
geração eólica, os estados da região passam a depender menos de outras fontes
de energia, como a hídrica e a térmica, se tornando autossuficientes.
A Neoenergia
responde por cerca de 5% da geração de energia eólica no Nordeste com 44 parques, sendo 17 em operação nos estados do Rio Grande
do Norte, Bahia e Paraíba com capacidade instalada de 516 MW (suficiente para
abastecer mais de 1,1 milhão de residências) e outros 27 em construção no
Piauí, Paraíba e Bahia.
“Até 2022, a nossa capacidade instalada
de geração com a entrada em operação desses novos parques será de 1,5 GW,
quantidade suficiente para atender o consumo de 10 milhões de pessoas – ou a
população de um país como Portugal, por exemplo”, explica Diogo Mariga, Superintendente de Operação e
Manutenção de Renováveis da Neoenergia.
O investimento em geração eólica está
alinhado com o compromisso da Iberdrola, controlador da Neoenergia, em
contribuir no combate às mudanças climáticas. As fontes renováveis –
hidrelétrica e eólica – representam 86,8% da geração de energia na Neoenergia.
Em 2022, esse valor deve chegar a 90%, superando o perfil brasileiro. Com isso,
a empresa se alinha às metas dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS)
previstos pela Organização das Nações Unidas (ONU).
“O vento é uma fonte de energia limpa e
renovável, que não emite poluentes em sua operação. Dessa forma, a temporada de
ventos altos como a que estamos vivendo no Nordeste em 2020 potencializa os
benefícios da energia eólica ao diminuir ainda mais a emissão de gases de
efeito estufa”, lembra Mariga,
que complementa: “em
alguns momentos do ano, a geração eólica ultrapassa a carga demandada, a oferta
vai além da demanda e a região passa a ser autossuficiente, chegando até a
exportar o excedente da energia para outras localidades”.
PARA SABER MAIS
Por que
venta tanto no Nordeste?
A radiação solar
sobre a terra, a diferença de temperatura entre a linha do Equador e os
trópicos, a temperatura das águas dos oceanos e o relevo das regiões estão
entre os fatores que contribuem para o aumento da intensidade e da qualidade
dos ventos que sopram sobre o Nordeste e que resultam no melhor aproveitamento
da geração eólica.
Especificamente
no Nordeste, a melhor qualidade dos ventos em termos de direção, velocidade e
densidade ocorre influenciada também pelo fenômeno climático chamado El Niño.
Ele é caracterizado pelas temperaturas mais quentes do oceano Pacífico
Equatorial, o que gera uma melhora da geração eólica, já que, durante esses
períodos, ocorre uma menor precipitação na região, favorecendo a produção de
energia através dos ventos.
Informações Relacionadas