A Iberdrola, pioneira na revolução energética há 20 anos, vê com otimismo os investimentos em descarbonização da economia. Para a companhia espanhola, têm protagonismo nesse movimento a priorização de fontes de energia limpa e renovável e a eletrificação, ou seja, a substituição de combustíveis fósseis por eletricidade. Atuando no Brasil através da Neoenergia, o grupo, que hoje é a terceira maior concessionária de serviços públicos do mundo, aposta na expansão da carteira de geração eólica no país.
ENERGIAS RENOVÁVEIS
Atualmente, as energias renováveis representam 20% do setor energético mundial e, portanto, esse percentual pode aumentar com investimentos nos próximos anos. Em entrevista ao Financial Times, o presidente da Iberdrola, Ignacio Galán, ressaltou o pioneirismo da companhia. “Quando ninguém acreditava que se pudesse produzir energia elétrica com fontes limpas e todo mundo achava que o carvão permaneceria por séculos (....), e o petróleo e gás eram absolutamente necessários, fomos os únicos a dizer que podemos gerar e produzir energia com fontes limpas. Mais eletrificação vai representar uma grande oportunidade de crescimento.”, afirmou.
Em 2020, a Iberdrola fez oito aquisições em países como Austrália, França e Japão. A última foi na semana passada, nos Estados Unidos, onde adquiriu por US$ 8,3 bilhões a PNM Resources e passará a ser uma das três maiores operadoras de fontes renováveis. Para Galán, a retomada da economia após a crise provocada pela pandemia de covid-19 pode ser uma oportunidade de promover a mudança na direção da energia limpa.
EMISSÕES DE CARBONO
O grupo tem como meta a neutralidade das emissões de carbono até 2050, contribuindo com o combate às mudanças climáticas. Hoje, cerca de 66% da capacidade de geração da Iberdrola é de energia limpa, com foco em eólica. A energia dos ventos é a protagonista dos investimentos também no Brasil. Até 2022, quando deve concluir a construção dos complexos Chafariz (PB) e Oitis (BA e PI), a Neoenergia vai triplicar a capacidade instalada de eólica, totalizando 1,6 GW – equivalente ao fornecimento de uma população de 10 milhões de pessoas, número aproximado de habitantes de Portugal. Em setembro, a companhia adquiriu também projetos pipeline com capacidade de 400 MW na Bahia, um ativo que será estratégico devido ao seu potencial de geração, à localização e ao cronograma de desenvolvimento.
“O mundo tem feito uma escolha muito clara, as empresas estão migrando para uma cadeia produtiva sustentável que, sem dúvidas, na sua base, precisa de energias limpas. Esperamos que 2021 seja o motor da energia elétrica, e, nesse sentido, é importante manter uma oferta de renováveis a preços razoáveis e com foco de sustentabilidade. As fontes renováveis, principalmente eólica e fotovoltaica, têm mostrado no Brasil altíssimo grau de competitividade”, afirma o CEO da Neoenergia, Mario Ruiz-Tagle.
NOVOS PARQUES EÓLICOS
Os projetos em desenvolvimento pela companhia apontam o novo modelo de negócios, mais voltado ao mercado livre de energia. No Complexo Eólico de Oitis, 96% da capacidade de 566,5 MW serão comercializados no mercado livre e, em Chafariz, serão 39% dos 471,2 MW. Desse total, 67,6% já foram vendidas no Ambiente de Contratação Livre (ACL) para 2022, ano em que será iniciada a operação de ambos, assegurando a rentabilidade dos novos parques.
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