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Mario Ruiz-Tagle: O futuro reserva avanços e oportunidades à energia solar no Brasil

23/02/22

 

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O caminho promissor para um futuro mais econômico e sustentável aponta cada vez mais para a geração de energia por meio das fontes renováveis. O assunto ganha força e relevância nas discussões à medida que ficam claras as necessidades do meio ambiente e o poder dos recursos inesgotáveis em sua preservação e desenvolvimento. Dentre as inúmeras opções disponíveis, destaco a que oferece baixo custo de manutenção e traz forte potencial no Brasil: a energia solar.

Essa modalidade vem ganhando competitividade em todo o mundo. Segundo a Bloomberg NEF, houve uma redução de 85% em seu custo total nos últimos 10 anos. Estima-se ainda que há oportunidade de diminuir 40% até 2030, ainda considerando os impactos recentes nos custos pelo preço dos commodities e a alça do dólar, trazendo vantagens a empresas e consumidores de uma forma geral.

Um país como o nosso, ressalta a energia solar como um investimento muito atrativo atualmente, o que é possível provar pelo crescente número de instalações nos últimos anos. Este aumento se deve ao avanço da tecnologia, aos altos níveis de irradiação presentes em grande parte das regiões do território nacional e a questões regulatórias. O importante é que nosso Brasil com um clima tropical, o volume de geração tem um potencial muito vantajoso, já que mesmo nos dias nublados ou de chuva existe absorção dos raios para produção de energia elétrica.

Outro importante ponto que defendo, é a sinergia entre as operações. Na Neoenergia, somos muito fortes em energia eólica. Possuímos uma larga experiência, que reflete em 4 GW de capacidade instalada em geração, sendo 88% de energia renovável, chegando a 90% ainda este ano, com a construção de novos parques eólicos e fotovoltaicos. O mais recente a ser concluído, Neoenergia Chafariz, localizado no sertão da Paraíba, tem sinergia com nossa primeira usina solar fotovoltaica de geração centralizada, ou seja, planejada para abastecer alta demanda e grandes negócios.

O Parque Solar Neonergia Luzia terá mais de 233 mil painéis, com 149,3 MWp em potência instalada, com operação comercial a partir do segundo semestre. O projeto representa a entrada da Neoenergia na geração centralizada e representa uma grande oportunidade de avanço para a energia solar no país.

Sabemos do enorme espaço que há para essa tecnologia e do custo e benefício extremamente vantajoso para empresas, clientes, acionistas, sociedade e o meio ambiente. Ao experimentar a sinergia com outros projetos, o investimento ampliará ainda mais as oportunidades de crescimento da energia renovável no Brasil, que hoje já representa uma das maiores matrizes energéticas do mundo.

Os investimentos em geração fotovoltaica centralizada estão levando importantes recursos financeiros e emprego em regiões muito carentes, que ajudam a melhorar as infraestruturas de transporte como estradas e pontes, além de incluir importantes programas de responsabilidade social corporativa e compensação ambiental. Estes avanços trazem benefícios diretos para as comunidades locais, como o aluguel das terras, a arrecadação de impostos em prefeituras locais e a utilização da mão de obra local nos projetos.

A fonte proveniente do sol também traz independência e economia aos consumidores quando se trata da Geração Distribuída. É possível produzir sua própria fonte elétrica, por meio da aquisição de placas solares residenciais ou para pequenos negócios. Desta maneira, um cliente pode economizar dos custos de energia e, em alguns casos, ter um retorno de até três anos de seu gasto inicial. Na Neoenergia, em nossa área Comercializadora, montamos ofertas disponíveis aos mais variados perfis de comprador, desenvolvendo soluções técnicas on-grid e off grid, suprindo necessidades e gerando baixo custo aos pequenos empresários.

O novo Plano Nacional de Energia planeja um total de mais de 35 GW de expansão entre projetos centralizados e de geração distribuída para a capacidade solar instalada no Brasil até 2031. Com o avanço das instalações no país, diversos bancos desenvolveram linhas de crédito específicas para estes projetos, o que demonstra a relevância crescente deste segmento. Em período macroeconômico desafiador, vislumbra-se novas oportunidades com sua expansão. Segunda a Absolar, é estimado que a energia solar crie aproximadamente 357 mil empregos e investimentos em torno de R$ 5 bilhões em 2022 no Brasil.

Acredito que este tema seja uma tendência mundial e aproveitar o recurso do sol seja o horizonte que nos falta para expandir a energia renovável e a sustentabilidade do planeta. No ponto de vista do cliente, é de fato uma alternativa de utilização de energia limpa e mais barata. A geração solar está muito ligada à mudança da utility do futuro e precisamos pensar que, a cada mudança no perfil de distribuição dentro de nossas áreas de concessão, o nosso mundo de operador da rede de distribuição também muda e se faz mais necessário e relevante na integração de estas tecnologias com a geração centralizada. Temos fluxos distintos na rede e tudo isso demanda novos investimentos, novas tecnologias, reforços de rede, e mudanças nas operações das redes, etc.

Tenho como visão clara que a espinha dorsal do setor elétrico é a distribuição e não é possível avançar sem uma rede adequada, robusta e digitalizada neste elo da cadeia. A distribuidora é a grande bateria do sistema e a geração distribuída vem para complementar e compartilhar este grau da segurança do sistema elétrico. Não há competição e sim união entre os diversos segmentos do mercado.

É um caminho extremamente promissor para tornar o Brasil um importante protagonista em energia solar. Outros países já reconhecem o nosso potencial renovável e apoiam projetos, incentivando ações de fomento ao desenvolvimento dessa cadeia produtiva e de outras derivações, como o desenvolvimento do Hidrogênio Verde, por exemplo. A viabilidade econômica da produção dele está diretamente atrelada ao custo da energia renovável e, por isso, hoje o Brasil ocupa uma posição estratégica extremamente favorável no mundo. Entendo que dentro de alguns anos começaremos a exercer um papel relevante neste mercado.

Existem muitas oportunidades disponíveis em desenvolvimento de projetos de Hidrogênio verde e estamos sempre atentos para desfrutarmos das possibilidades, firmando parcerias, investindo em projetos relevantes e em sinergia operacional com nossos empreendimentos, além de acreditar no imenso valor de nosso país. Podemos, sim, mudar a realidade dos desafios climáticos e contribuir cada vez mais para a descarbonização e para a matriz energética ainda mais limpa que o Brasil pode ter. Na Neoenergia não mediremos esforços para isso e vamos cada vez mais longe nesse propósito.

 

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